Câmara de São Luís

Prefeitura aposta no discurso da crise para acalmar ânimos de vereadores

Em discurso na sessão de reabertura dos trabalhos na Câmara, representantes do prefeito Edivaldo Júnior falaram em crise econômica para os vereadores descontentes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36

Os trabalhos na Câmara Municipal de São Luís foram reabertos e o clima entre os vereadores com o prefeito da capital, Edivaldo Júnior (PDT), ainda é de insatisfação. Os parlamentares cobram – desde o fim do primeiro semestre – cumprimento de acordos feitos com o prefeito durante sua campanha para reeleição.

A crise entre os vereadores de São Luís com a Prefeitura da capital foi evidenciada após denúncias contra o ex-secretário de Governo de Edivaldo Júnior e agora titular da Secretaria Municipal de Saúde, Lula Fylho, de que houve evasão fiscal em favor do auxiliar do prefeito.

Os parlamentares – em sua maioria aliados do Palácio La Ravadiere – não pouparam Lula Fylho chegando a levar o secretário de Fazendo, Délcio Soares, para dá explicações.

Durante o recesso, os vereadores continuaram a cobrar um atendimento maior da Prefeitura com a Câmara.

Na sessão solene de volta ao trabalho na Casa, o clima de insatisfação com a Prefeitura era notório. Diante disso, o representante de Edivaldo Júnior (que não compareceu à sessão por compromissos inadiáveis), o vice-prefeito Júlio Pinheiro bancou o discurso de crise econômica que passa o Brasil.

Da tribuna da Câmara, Júlio Pinheiro leu carta do prefeito que alegou problemas financeiros e que o trabalho que está sendo feito é fruto de planejamento. O vice-prefeito também fez uma espécie de prestação de contas da gestão municipal no primeiro semestre do novo mandato de Edivaldo Júnior. Foram destacadas ações nas áreas de Saúde, Educação, Habitação e Infraestrutura.

Relação – Na mesma linha do discurso da crise para justificar limitações de atuação da Prefeitura veio o secretário Municipal de Articulação Política, Jota Pinto. Segundo disse a O Estado, a Prefeitura tem mostrado aos vereadores que o momento não é bom e que é necessário que os poderes Executivo e Legislativo precisam superar os problemas juntos.

“Vivemos um momento de crise e temos tentado contornar os problemas e venho dizer que para que isso ocorra, é necessário que o Legislativo ajude o Executivo. Juntos poderemos fazer mais pela população”, disse.

Jota Pinto negou que haja crise na base e que o prefeito ainda tem maioria na Casa.

O substituto de Lula Fylho na Semgov, Pablo Rebouças, disse que se houve algum tipo de estremecimento na base de apoio de Edivaldo Júnior foi somente para que houvessem as mudanças necessárias.

“Até a Terra estremece para que haja acomodações. A natureza é sábia”, disse o secretário.

Base – Segundo informou o líder do prefeito na Casa, vereador Pavão Filho (PDT), não há uma lista nominal dos vereadores que apoiam a Prefeitura de São Luís na Câmara. Segundo Pavão, a base governista é composta pela maioria.

Para justificar sua posição, o líder de Edivaldo Júnior disse que no primeiro semestre não houve qualquer dificuldade do prefeito em aprovar matérias de autoria do Executivo. “Tudo ocorreu com votação que variou de 26 a 28 votos”, disse.

Um dos membros da pequena oposição, o vereador Estevão Aragão (PSB), explicou que a oposição é composta somente de dois vereadores: ele e Francisco Chaguinhas (PP). Outros cinco vereadores apostam na postura independente e outra parte – apesar de ser da base de Edivaldo Júnior – está descontente com o Poder Executivo.

Mais

Apesar de não admitir crise na base governista na Câmara, em seu discurso durante a reabertura dos trabalhos, o presidente da Casa, Astro de Ogum (PR), comentou que existiam arestas entre a Câmara e a Prefeitura, mas que estavam sendo aparadas com o auxílio do secretário Jota Pinto. Astro lembrou ainda que é necessário que os poderes Legislativo e Executivo sejam harmônicos, mas sem perder a independência entre si. “Harmônicos sim, mas independentes”, disse.

Correlata

O presidente Astro de Ogum reabriu os trabalhos na Casa reafirmando o compromisso de trabalhar em prol da cidade evitando que o Legislativo faça qualquer tipo de oposição irresponsável contra a gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT).

"Aqui não haverá perseguição política e, portanto, faremos aquilo que for correto. Teremos todos os projetos votados que são pertinentes para a melhoria da população de São Luís", enfatizou o parlamentar.

Após ouvir as palavras do vice-prefeito Júlio Pinheiro (PCdoB), o presidente Astro solicitou que neste segundo semestre legislativo seja de paz e muita luz. "Esperamos que se faça oposição com responsabilidade, para não prejudicar a população. Proponho um segundo semestre pautado em grandes projetos, como a discussão do Uber, a ocupação do solo urbano, do Plano Diretor que já está caduco e é uma coisa seríssima para a cidade, entre outras proposições que tramitam na Casa", frisou.

Astro também manifestou o desejo de atender a uma recomendação do Ministério Público Estadual (MPE), que propõe a apreciação e votação das contas de ex-gestores municipais que vão desde a primeira gestão do saudoso prefeito Jackson Lago, na década de 1980, até os dias atuais. "Temos a responsabilidade com o Ministério Público para aprovarmos ou não as contas dos gestores passados", declarou.

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