Rede municipal

Nem todos os professores voltaram à sala de aula

No primeiro dia do segundo semestre letivo da rede municipal de ensino, não houve aulas em algumas unidades por fata de professores, que aderiram à greve

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Apos o segundo dia de aula, alunos da UEB Carlos Madeira foram liberados e informados do início da greve
Apos o segundo dia de aula, alunos da UEB Carlos Madeira foram liberados e informados do início da greve (Greve)

SÃO LUÍS - Estava marcado para ontem o início das aulas do segundo semestre letivo na rede municipal de ensino de São Luís, mas muitas escolas não as retomaram. É que desde o dia 1º deste mês o Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Municipal de São Luís (Sindeducação) deflagrou greve geral da categoria. Ontem, O Estado percorreu algumas escolas municipais para saber como está a situação dos alunos e em algumas unidades de ensino os professores afirmaram que não vão aderir à greve.

Alguns docentes aderiram ao movimento grevista convocado pelo Sindeducação, como na Unidade de Ensino Básico (UEB) Carlos Madeira, no Anjo da Guarda. Ontem, os alunos foram à escola e assistiram aos dois primeiros horários de aula, mas foram liberados em seguida e informados pelos professores que a partir de hoje as aulas estão suspensas. “Minha professora disse que eles vão fazer greve e que não há previsão de volta”, afirmou a estudante Isabele Vitória Frazão Azevedo, do 6º ano.

A greve vai atrasar ainda mais o cumprimento do calendário escolar na unidade de ensino. De acordo com a estudante, as aulas na UEB Carlos Madeira foram iniciadas apenas em maio por causa de problemas na infraestrutura do prédio. “A gente ainda não tem uma nota este ano porque ainda não fizemos prova. Agora vai ter essa greve, e a gente não sabe como vai ficar”, comentou.

Outra escola onde as aulas ainda não foram iniciadas foi a UEB Albérico Silva (CIEP), na Avenida dos Franceses. Lá as aulas do segundo semestre atrasaram porque a Prefeitura de São Luís está executando serviços de reforma na unidade. Segundo os funcionários da escola, as obras serão entregues no dia 10 deste mês e somente após isso será marcado o reinício das aulas.

Já em outra escolas os professores não devem aderir ao movimento grevista. A UEB Monsenhor Frederico Chaves, no São Francisco, inicia as aulas hoje. Ontem, os professores estavam reunidos na escola, debatendo as atividades para o semestre, e afirmaram a O Estado que as atividades pedagógicas não serão interrompidas, já que eles não atenderão à convocatória de greve feita pelo Sindeducação.

Reivindicações
No dia 2 de julho, foi publicado edital de convocação pelo Sindeducação. Nele, a entidade informava que a partir do dia 1º de agosto os professores da rede municipal paralisariam as atividades por tempo indeterminado. A greve geral da categoria foi aprovada em assembleia realizada dia 27 de maio. Durante a assembleia, ficou decidido que a Prefeitura de São Luís teria até dia 1º de agosto para avançar nas negociações da campanha salarial 2017. Entretanto, segundo o Sindeducação, até agora a administração municipal não procurou a entidade para dialogar sobre as reivindicações da pauta de negociações.

No edital, constam cinco motivos que levaram a categoria a decidir-se pela greve: a falta de infraestrutura das escolas; melhoria da qualidade da merenda escolar e do transporte escolar; segurança nas escolas; desvalorização dos profissionais do magistério; não concessão do reajuste anual dos professores.

Desde o início das negociações a Secretaria Municipal de Educação (Semed) tem informado que concedeu reajuste de 39,08% no acumulado dos últimos quatro anos de gestão para os professores da rede municipal e que já implantou mais de 12 mil direitos estatutários para a categoria, entre esses titulações e gratificações, como parte da política de valorização dos profissionais do magistério.

SAIBA MAIS

Pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que regulamenta a Educação no Brasil, as escolas devem cumprir pelo menos 200 dias letivos anuais, distribuídos em dois semestres. Totalizando, no mínimo, 800 horas, ou seja, 48 mil minutos (800 horas x 60 minutos). Nos 48 mil minutos não estão inclusos os exames de final de ano, que são contabilizados à parte. Reuniões de planejamento e outras atividades dos professores sem a presença dos alunos também não fazem parte dos 200 dias letivos. Se por algum motivo não houver aula, a escola precisa repor o período suspenso pelo menos até atingir os 200 dias mínimos estabelecidos por lei.

Reivindicações dos professores
- Construção de creches e escolas
- Melhoria na infraestrutura das escolas
- Melhores condições de trabalho
- Alimentação escolar de qualidade
- Regularização do transporte escolar
- Reajuste salarial de 7,64%
- Quitação das perdas salariais de 2012 à 2016, que somam 16,7%

Números

89 mil alunos estão matriculados na rede municipal
5.085 é a quantidade de professores da rede municipal de ensino
268 escolas gerenciadas pela prefeitura

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