Delação Odebrecht

Janot pede arquivamento de citações na delação da Odebrecht sobre 5 parlamentares

Procurador-geral da República disse ao Supremo Tribunal Federal que devem ser arquivados casos sobre três senadores e dois deputados

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Rodrigo Janot fala em prescrição no caso dos cinco parlamentares que foram citados em delação da Odebrecht
Rodrigo Janot fala em prescrição no caso dos cinco parlamentares que foram citados em delação da Odebrecht (Rodrigo Janot segura processo contra Lobão e Roseana)

Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apontou a ocorrência da prescrição nos casos de cinco parlamentares acusados de irregularidades por delatores da Odebrecht. Janot pediu o arquivamento das citações feitas pelos delatores nesses casos.

O procurador-geral da República pediu ao ministro Edson Fachin, do STF, que seja declarada a extinção da punibilidade em relação ao senadores José Agripino (DEM-RN), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) e Marta Suplicy (PMDB-SP), e aos deputados federais Roberto Freire (PPS-SP) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), acusados de receber recursos não contabilizados para campanhas eleitorais

Delatores da Odebrecht apontaram eventual crime de falsidade ideológica eleitoral, cuja pena máxima é de cinco anos de reclusão, observou Janot.

No entanto, o procurador-geral da República destacou que o prazo prescricional desses cinco parlamentares é reduzido pela metade pelo fato de eles terem mais de 70 anos de idade. Considerando a pena prevista no delito sob suspeita, a prescrição normalmente seria de doze anos, mas o tempo cai para seis anos devido à idade dos parlamentares. Os supostos fatos narrados pelos delatores teriam ocorrido entre 2008 e 2010.

Defesa - Procurado pela reportagem, Jarbas Vasconcelos disse que gostaria que o seu caso fosse apurado e negou ter recebido R$ 700 mil via caixa 2 para sua campanha ao governo de Pernambuco em 2010. "Eu preferia que isso fosse apurado e esclarecido, pra mim seria muito mais saudável isso do que simplesmente ser beneficiado pela prescrição. O que eu fiz foi absolutamente correto, então não tem por que ficar protegido pela idade", disse o deputado.

Para o senador Agripino Maia, era desprovida de "substância" a acusação que lhe foi feita - de receber R$ 100 mil via caixa 2 para a campanha ao Senado Federal em 2010. "O procurador-geral seguiu os ditames da lei. A acusação que me é feita é desprovida de qualquer substância. E o procurador, movido pelo preconiza a lei, adotou a postura que adotou. Foi feita a Justiça à lei e aos fatos", comentou o senador.

O deputado Roberto Freire informou por meio de sua assessoria que não se pronunciaria. Freire foi acusado de ter recebido R$ 200 mil não contabilizados da Odebrecht em sua campanha de 2010. A reportagem ainda aguarda respostas dos senadores Garibaldi Alves Filho e Marta Suplicy.

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