Câmara dos Deputados

PSDB e PSB orientam bancada a votar contra Temer

Presidente do PSB, Carlos Siqueira, enviou carta orientando os deputados a votar a favor do prosseguimento da denúncia; no PSDB, líder do partido na Casa, Ricardo Tripoli, vai orientar os colegas a votar contra o presidente

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Deputados estão reunidos para analisar e votar a denúncia contra o presidente Temer acusado de corrupção passiva
Deputados estão reunidos para analisar e votar a denúncia contra o presidente Temer acusado de corrupção passiva (Câmara dos Deputados)

Brasília – Dois partidos – PSB e PSDB - decidiram orientar suas bancadas a votarem pelo prosseguimento da denúncia contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB).

Em carta enviada à deputada Tereza Cristina (MS) – líder do PSB na Câmara –, o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, cobrou que a bancada socialista seja orientada a votar contra o presidente Michel Temer, dando autorização ao andamento da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) por corrupção passiva.

No documento, Siqueira ainda pede que a deputada ceda a palavra a algum vice-líder do partido durante a sessão desta quarta-feira, 2, caso se sinta “constrangida” em orientar votos contra o presidente.

Diante das acusações contra Michel Temer, a executiva nacional do PSB decidiu defender a renúncia do presidente e apoiar eleições diretas, além de subscrever um pedido de impeachment do peemedebista.

Há, entretanto, uma divisão na bancada da Câmara. Parte dos deputados, que não concorda com essa posição, negocia, inclusive, a troca de partido. A líder Tereza Cristina já foi procurada pelo presidente Michel Temer, que colocou o partido à disposição dos dissidentes do PSB.

Na carta, Siqueira pede que ela use o tempo de fala de líder para encaminhar a posição de acolhimento da denúncia.

“Na hipótese de que vossa excelência se sinta de algum modo constrangida de dar consequência a tais iniciativas, solicito encarecidamente, em nome da adequada percepção da população sobre as posições do PSB, fazer-se representar por um dos vice-líderes”, afirmou.

Já no PSDB, diante da divisão na bancada com relação à denúncia, o líder do partido na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), deve orientar os colegas a votar a favor do prosseguimento do processo, mas vai liberar a bancada para votar como quiser. A informação é da assessoria de imprensa da liderança do partido na Câmara.

Na prática, Trípoli vai defender em discurso que os tucanos votem contra Temer e rejeitem o parecer que pede o arquivamento da denúncia. Apesar da defesa no microfone, os membros da bancada ficarão livres para votar da maneira que acharem mais conveniente.

Desde a apresentação da denúncia da Procuradoria Geral da República por corrupção passiva, o PSDB, que comanda quatro ministérios no governo Temer, está dividido. Parte da bancada na Câmara defende a aceitação da denúncia e o rompimento da aliança do partido com o Palácio do Planalto. Outro grupo de tucanos prefere a permanência na base do governo.

Para que a denúncia contra Temer prossiga para análise do Supremo Tribunal Federal (STF), são necessários votos de pelo menos 342 dos 513 deputados. Caso contrário, será arquivada.

O governo entende que a oposição não tem votos suficientes. Por isso, o Palácio do Planalto quer votar a denúncia nesta quarta e tentar encerrar o caso de vez.

O PSDB é um dos maiores partidos da base, ao lado do PMDB, sigla de Temer. Os tucanos deram apoio ao presidente desde o início do mandato, em maio do ano passado, e são aliados na aprovação das reformas propostas pelo governo, consideradas o pilar da gestão Temer.

Mesmo tendo no PSDB um dos principais pontos de sustentação, o Palácio do Planalto já esperava que não contaria com todos os votos do partido na Câmara contra a denúncia. Mesmo assim, intensificou, nos últimos dias, negociações para arregimentar o maior número possível de votos tucanos.

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