Paralisação

No primeiro dia de greve, professores municipais fazem vistoria em escolas

Eles visitaram algumas escolas e, nesses espaços, foi constatado que não há condições de reinício das aulas; categoria reivindica aumento salarial, melhor estrutura em escolas e condições de trabalho dignas aos professores

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Na entrada da UEB Bernardina Spíndola, no Centro, mato cresce sem nenhum tipo de controle
Na entrada da UEB Bernardina Spíndola, no Centro, mato cresce sem nenhum tipo de controle (Escola)

Teve início ontem a greve dos professores da rede municipal de ensino de São Luís, que estão reivindicando melhores condições de trabalho e salário. No primeiro dia de paralização, a categoria realizou mobilizações nas unidades de ensino, visitando aquelas escolas que apresentavam a estrutura mais deficiente.

Uma das escolas visitadas foi a Unidade de Educação Básica (UEB) Bernardina Spíndola, localizada na Rua Celso Magalhães, no centro da cidade. O problema da escola pode ser observado logo na sua entrada, com o mato que cresce na entrada, sem qualquer tipo de controle, servindo, inclusive, como esconderijo para criminosos.

Além disso, os muros da unidade estão pichados e com rachaduras. As grades de proteção estão enferrujadas e quebradas em algumas partes. No interior da escola, os problemas continuam com portas, janelas e carteiras quebradas. Soma-se a isso a falta de material pedagógico, problemas esses que não estão restritos apenas à UEB Bernardina Spíndola, mas dezenas de outras escolas gerenciadas pela Prefeitura de São Luís.

Reivindicações
A paralisação está sendo organizada pelo Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Municipal de São Luís (Sindeducação). Com a greve da categoria, o calendário letivo ficará interrompido, causando prejuízos para os estudantes.
As aulas da rede municipal deveriam ter começado ontem, mas a Prefeitura alterou o início do segundo semestre letivo para hoje. A direção do sindicato classificou a mudança como uma tentativa de desmobilizar a categoria. “Os professores estão sendo coagidos e ameaçados com faltas, caso aderissem à greve”, disse a presidente do Sindeducação, Elisabeth Castelo Branco.

Segundo a entidade, o movimento é decorrente da falta de negociações com relação ao reajuste salarial 2017 e por causa da lentidão na reforma de escolas municipais. De acordo com o sindicato, mais de 30 escolas na capital ainda não iniciaram o ano letivo por falta de condições dos prédios, que não oferecem estrutura adequada e segurança para professores e alunos.

A categoria decidiu pela greve geral depois que a Prefeitura de São Luís saiu da última mesa de negociação sem oferecer nenhum reajuste para os profissionais do magistério. A proposta de reajuste salarial deliberada em assembleia e encaminhada à Prefeitura de São Luís é de 7,64%, mais o parcelamento das perdas salariais que chegam a 16,07% e ainda uma gratificação de incentivo à docência de R$ 400,00 para os professores efetivos, de acordo com o Sindeducação.

“A Prefeitura está sendo omissa em proporcionar uma educação de qualidade, merenda escolar, transporte aos estudantes e condições de trabalho para os professores. Não temos como ficar calados diante de situações como essas. Estamos brigando pelos nossos direitos e por condições de trabalho”, frisou Elisabeth Castelo Branco.

Os trabalhadores que realizam atividades dentro das unidades escolares, como de serviços gerais, pintura, manutenção, entre outros, estão com os salários atrasados há dois meses. Ontem, alguns desses funcionários que trabalham na UEB Alberto Pinheiro, no centro da cidade, estavam na frente do colégio esperando um posicionamento sobre a situação, o que não aconteceu. “Todos nós temos contas a pagar, e eu já estou desesperado com a situação”, disse um trabalhador.

A Prefeitura de São Luís foi procurada por O Estado para se manifestar sobre as reivindicações dos professores e dos funcionários que estavam na UEB Alberto Pinheiro, mas até o fechamento desta página nenhuma resposta foi obtida.

SAIBA MAIS

Reivindicações dos professores
- Construção de creches e escolas
- Melhoria na infraestrutura das escolas
- Melhores condições de trabalho
- Alimentação escolar de qualidade
- Regularização do transporte escolar
- Reajuste salarial de 7,64%
- Quitação das perdas salariais de 2012 à 2016, que somam 16,7%

Números

89 mil alunos estão matriculados na rede municipal
5.085 é a quantidade de professores da rede municipal de ensino
268 escolas gerenciadas pela prefeitura

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