Denúncia

Temer faz ofensiva sobre indecisos na véspera da votação na Câmara

Governo quer enterrar já nesta quarta-feira possibilidade de abertura de processo

O Globo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
(Câmara Federal)

O Palácio do Planalto quer encerrar já amanhã a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Após passar as últimas semanas dizendo que a responsabilidade pelo quorum seria da oposição, o governo passou a mobilizar os partidos aliados para que coloquem 342 parlamentares em plenário, número necessário para que a a denúncia seja votada. Tanto os aliados do Planalto quanto a oposição sabem não ter hoje ao seu lado esse número de deputados. Por isso, o governo quer apenas que os partidos da base peçam a presença de seus correligionários, mesmo os que votam contra Temer.

— É um absurdo você ter posição no governo e fazer o jogo da oposição. A oposição faz o jogo dela e a gente tem que respeitar. Pode protelar, pode deixar o governo sangrando etc. Agora, você apoiar o governo, ter cargo no governo, ter ministério e fazer o jogo da oposição, me desculpe, não aceito — disparou o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), acrescentando. — Se os partidos políticos que apoiam o governo têm um contingente em torno de 380 deputados, que todos venhamos ao plenário para que a gente se posicione, independentemente de quem é contra o governo.

A base já planeja apresentar um requerimento para encerrar a discussão tão logo consiga 257 deputados em plenário — mais do que a metade. Para aprovar o requerimento, basta que a maioria dos presentes o aprove. Nesta terça-feira, véspera da provável votação, Temer vai buscar agenda positiva com dois ministros deputados: Ricardo Barros (Saúde) e Mendonça Filho (Educação). O evento, de anúncio de vagas para cursos de medicina, é mais um da maratona de cerimônias nas últimas semanas.

Faltando pouco mais de 24 horas para o começo da sessão, cerca de 40% dos deputados continuam declarando estar indecisos ou não querem divulgar como pretendem votar na enquete feita pelo GLOBO. Ontem à noite, esse grupo somava 203 parlamentares, mais do que os 197 declaradamente favoráveis ao prosseguimento da denúncia e que os 112 contrários.

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