Editorial

Cultura e reocupação do Centro Histórico

As duas ações mostram que é possível fazer algo de qualidade não só para turista ver, mas também para a população

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36

Os finais de semana em São Luís estão mais culturais. Duas iniciativas têm movimentado a cena cultural e artística da capital maranhense e devolvido um pouco de prestígio e vida ao Centro Histórico. As duas ações evidenciam a carência de ações do tipo na cidade e também que existe sim um público ávido para fruir arte e as manifestações e artistas locais.

A primeira é a Feirinha da Praça Benedito Leite. Iniciativa da Prefeitura de São Luís, a ação chegou no último fim de semana das férias à sua oitava edição. Famílias inteiras já elegeram a feirinha como ponto de compras e entretenimento da cidade. Com barracas de venda de hortifruti, artesanato, comidas típicas e também palco cultural, a ação tem sido bem avaliada pela população, que espera que a feira mantenha a qualidade que hoje tem.

A feirinha tem mostrado que São Luís tem potencial para adotar esse tipo de iniciativa. No domingo, dia 30, pessoas sentadas pelo gramado, ao estilo europeu, mostram que o clima não é impedimento. Segundo a Prefeitura, a ideia é incentivar a reocupação, impulsionar o turismo, estimular a economia e valorizar as belezas naturais e arquitetônicas do Centro Histórico. E a participação mostra que tem dado certo.

A segunda ação é o projeto cultural que tem como cenário a Fonte do Ribeirão, considerada um dos pontos turísticos mais importantes da cidade. Todo domingo, o espaço recebe algum artista local. No último final e semana, o trio vocal 123, com as cantoras Camila Boueri, Tassia Campos e Milla Camões, completou dois anos com show na fonte. Chamado de Paz, Amor e Música, o show atraiu grande público.

Mais uma vez um espaço público foi ocupado, gerando não só cultura e diversão, mas economia também, uma vez que uma rede se pequenos negócios acaba se beneficiando também.

As duas ações mostram que é possível fazer algo de qualidade não só para turista ver, mas também para a população residente de São Luís, que tem (agora) poucas opções de espaços públicos para curtir e ter bons momentos com suas famílias.

Neste momento de empolgação, quanto tudo está funcionando bem, cabe as autoridades fazerem uma reflexão, primeiro para perceber a carência – e em função disso – e a necessidade de políticas públicas bem elaboradas. A segunda reflexão deve ser para a manutenção da qualidade do atendimento e na estrutura.

Reocupar o Centro Histórico é uma reclamação antiga, mas é preciso pesar as suas consequências. Investir em uma estrutura boa, na limpeza permanente, cuidar para que a ação não desconfigure as características históricas são pontos que devem ser levados em consideração tanto pela iniciativa pública, quanto pelo projeto na Fonte do Ribeirão- que até o momento não é oficialmente uma ação de órgão público.

Trazer vida ao Centro Histórico, valorizando o que a cidade tem de melhor e que lhe concedeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, é um passo que tem se mostrado eficaz. Vamos torcer para que não seja apenas uma brisa e que ambas as ações se consolidem na rotina na cidade, que se tornem sustentáveis e reflitam no sentimento de pertencimento e apropriação da população de São Luís.

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