Visitantes opinam

Turistas criticam conservação de acervo histórico e elogiam culinária

O Estado entrevistou esta semana vários visitantes e constatou que, além da conservação do patrimônio, vias da capital também sofrem críticas; transporte teve comentários positivos por parte dos turistas

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Apesar de criticar a falta de conservação do acervo histórico de São Luís, turistas elogiaram a culinára típica da Ilha, à base de peixes e derivados
Apesar de criticar a falta de conservação do acervo histórico de São Luís, turistas elogiaram a culinára típica da Ilha, à base de peixes e derivados (Turistas)

Os turistas nacionais que desembarcam em São Luís fazem críticas, em especial, à conservação do acervo histórico da cidade. A constatação foi feita esta semana por O Estado, que entrevistou visitantes. Além da conservação do patrimônio, a condição asfáltica de algumas vias de São Luís também é alvo de reclamações. Em contrapartida, culinária e transporte são elogiados.

Segundo os visitantes, apesar de reconhecer a beleza arquitetônica dos casarões e sobrados que ajudam a contar boa parte da história da cidade, a sujeira e o vandalismo são apontados como os fatores que, na visão dos turistas, inibem o potencial dos imóveis. “Quando a gente se depara com estes casarões, percebe que são raros e que são belíssimos. Mas esta beleza poderia ser ainda maior”, enfatizou a aposentada e turista de Santos (SP) Maria Cristina Sá, que visita São Luís pela segunda vez.

Já o visitante carioca Paulo Borges, que se deparou pela primeira vez com as belezas ludovicenses, disse que a ausência de políticas locais de conservação contribui com as críticas ao acervo histórico. “Este problema enfrentado por São Luís não é somente de vocês, mas é também de outras cidades brasileiras. É uma pena, pois é o próprio brasileiro destruindo a sua imagem perante o Brasil e o mundo”, disse.

As reclamações quanto à situação dos prédios históricos são pertinentes. Em pelo menos três casarões localizados na Rua Portugal (Praia Grande), um dos logradouros mais visitados nesta época do ano, é possível ver azulejos quebrados. Por isso, é inevitável que os turistas façam comparação entre os imóveis tombados na capital maranhense e os fixados em outros estados. “Em Pernambuco, por exemplo, há uma preocupação bem maior com a conservação histórica da cidade”, frisou a professora Renata Patrícia, natural de Recife.

Outras reclamações
Além do acervo, os visitantes também teceram reclamações quanto às vias. Segundo eles, em várias partes da cidade, a falta de uma camada asfáltica de qualidade em ruas e avenidas é prejudicial para a imagem dos ludovicenses. “Vindo para o Centro, nos deparamos com várias ruas esburacadas. Passa uma imagem ruim da cidade”, frisou o empresário paulista Renato Borges, que está de férias na Ilha.

Outro fator negativo apontado pelos visitantes é a falta de sinalização para pedestres. “Não há uma faixa de pedestres perto do hotel onde estamos para a gente atravessar a rua”, disse a aposentada Maria Cristina Sá.

Pontos positivos
Apesar das reclamações, em contrapartida a culinária e o sistema de transporte da capital maranhense (incluindo transporte coletivo e outros serviços, como Uber e táxi) receberam elogios. Na culinária, por exemplo, os pratos típicos da cidade, à base de peixe e derivados, são apontados como características positivas de São Luís. “Vocês têm uma culinária que é maravilhosa. Outro dia, provei uma pescada feita ao molho que é de degustar chorando de alegria!”, elogiou a professora da cidade de Manaus (AM), Leila Mubarac.

Quando a gente se depara com estes casarões, percebe que são raros e belíssimos. Mas esta beleza poderia ser ainda maior”Maria Cristina Sá, turista de Santos (SP)

Quanto ao transporte, segundo o empresário João Bosco Santos, natural de Belém (PA) e que visita São Luís pela primeira vez, a vantagem da capital maranhense é a possibilidade de deslocamento para distâncias consideradas grandes usando apenas um veículo. “Peguei uma linha que passa por Raposa, fui por lá e conheci praticamente a cidade toda. Além disso, percorri uma grande parte da cidade apenas com o transporte público”, afirmou.

No mês passado, a direção nacional do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) enfatizou que R$ 28,6 milhões estão sendo aplicados em obras de conservação dos imóveis tombados na cidade. De acordo com a entidade, os investimentos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas do Brasil. Apesar dos valores, algumas obras previstas no rol de investimentos do PAC ainda não foram feitas, como a revitalização da Rua Grande, por exemplo.

Sobre a conservação das vias, de acordo com a Prefeitura de São Luís, a aplicação de asfalto em pontos específicos é determinada pela Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Semosp). Já a demarcação de faixas em ruas e avenidas é atribuição da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT).

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