Suspeita

''Não fiz conluio com a Rússia'', diz genro de Trump

Jared Kushner irá depor no Senado e na Câmara dos EUA, que investigam o possível conluio entre a equipe de campanha do presidente e a Rússia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

WASHINGTON - O genro e conselheiro do presidente americano Donald Trump, Jared Kushner, reiterou, ontem, que não fez conluio com os russos para interfereir nas eleições presidenciais americanas no ano passado.

Kushner, que é casado com a filha mais velha de Trump, Ivanka, irá se reunir a portas fechadas nesta segunda e terça-feira com os comitês de inteligência do Senado e da Câmara dos Representantes, que investigam um possível conluio entre a equipe de campanha do presidente e a Rússia.

"Todas as minhas ações foram corretas e ocorreram no curso normal dos acontecimentos de uma campanha muito singular", declarou antes de se apresentar ao comitê do Senado. "Não fiz conluio com a Rússia", reiterou.

Mais cedo, Kushner divulgou um comunicado escrito em que afirmou que era um "ponto de contato" para países estrangeiros contatarem o então pré-candidato do partido Republicano, Donald Trump, o que justificaria milhares de cartas, e-mails e telefonemas recebidos.

O conselheiro de 36 anos da Casa Branca de será questionado sobre os seus encontros com o embaixador russo em Washington, com o diretor de um grande banco russo e com uma advogada russa. Neste último encontro, Kushner estava acompanhado pelo filho do presidente, Donald Trump Jr.

No comunicado, Kushner falou sobre o encontro que, segundo ele, foi sobre a proibição de americanos adotarem crianças russas. "Em enhum momento desse encontro foi falado algo sobre a campanha", afirmou o assessor, que disse ainda não se lembrar dos nomes de todos os que estavam na reunião;

"Há muitas coisas que queremos saber", disse Adam Schiff, líder democrata do comitê da Câmara dos Representantes, neste domingo ao programa "Face The Nation", da emissora CBS.

"Certamente queremos saber sobre vários encontros que supostamente aconteceram", acrescentou. "Seu advogado disse que ele só terá duas horas disponíveis. Então esperamos que este seja somente o primeiro encontro".

Última vez

O diretor de Comunicações da Casa Branca, Anthony Scaramucci, disse que espera que essa seja "a última vez que ele fale sobre a Rússia".

O procurador especial independente e ex-diretor do FBI, Robert Mueller, comanda uma investigação sobre o possível conluio, mas a Câmara dos Representantes e o Senado organizaram comitês separados.

Donald Trump Jr. e o então diretor de campanha de Trump Paul Manafort estão negociando com o comitê judiciário do Senado sobre como e quando irão testemunhar sobre os possíveis vínculos russos.

Os dois estão trabalhando junto com o comitê para fornecer documentos e conceder pré-entrevistas a portas fechadas antes de uma audiência pública, anunciaram o presidente do comitê Chuck Grassley e a democrata Dianne Feinstein.

O comitê judiciário marcou uma audiência para quarta-feira. Donald Jr. e Manafort foram convidados a testemunhar, mas a presença deles ainda não é certa.

Enquanto isso, o genro do presidente dos Estados Unidos apresentou uma declaração escrita de onze páginas na qual relatou pela primeira vez de seus contatos - que definiu "inofensivos" - com as autoridades russas durante a campanha eleitoral e nos dois meses da transição presidencial.

Na carta, Kushner negou ter discutido com o embaixador russo em Washington Sergei Kislyak a possibilidade de estabelecer um "canal secreto" com o Kremlin para evitar a possíveis interceptações e espionagem. "Jamais propus algum canal secreto, nem sugeri formas de comunicações confidenciais com a administração", afirmou Kushner. "Eu nem sequer levantei a possibilidade de usar a embaixada ou qualquer outro edifício russo para qualquer finalidade", escreveu Kushner.

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