Lava Jato

Moro mantém bloqueio de R$ 9 milhões de plano de previdência de Lula

O dinheiro está dividido em dois planos de previdência de privada, um de R$ 7.190.963,75 e o outro de R$ 1.848.331,34

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Dinheiro de plano de previdência privada de Lula continua bloqueada por decisão de Sérgio Moro
Dinheiro de plano de previdência privada de Lula continua bloqueada por decisão de Sérgio Moro (Lula)

O juiz federal Sérgio Moro determinou, nesta terça-feira, 25, que a Brasilprev mantenha bloqueados os R$ 9 milhões em previdência privada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O dinheiro está dividido em dois planos de previdência de privada, um de R$ 7.190.963,75 e o outro de R$ 1.848.331,34. A Brasilprev suspendeu os valores na última semana, depois da decisão de Moro de bloquear R$ 16 milhões de réus condenados no processo do triplex em Guarujá.

Nele, Lula foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

"Comunique-se à Brasilprev, por meio eletrônico, que os valores devem, por ora, permanecer bloqueados junto à própria empresa de previdência privada, sem movimentação ou resgate, até nova determinação judicial", disse Moro em despacho.

Ainda de acordo com o juiz, o eventual resgate "aguardará o julgamento da apelação contra a sentença criminal e será objeto de comunicação expressa".

Segundo a Brasilprev, os dois planos de previdência foram abertos pela LILS Palestras e Eventos. A empresa pertence ao ex-presidente e é responsável por agendar eventos em que o ex-presidente participa.

Além dos planos de previdência privada, o Banco Central já havia determinado o bloqueio de R$ 606 mil, que estavam depositados em nome do ex-presidente. O dinheiro estava depositado em várias contas bancárias em nome de Lula.

Outros bloqueios - O bloqueio atingiu ainda imóveis pertencentes ao ex-presidente, incluindo o sequestro e arresto de dois carros, três apartamentos e um terreno.

O sequestro e o arresto são medidas cautelares que evitam que o réu se desfaça de bens ou valores que podem ser entregues à Justiça após decisão definitiva. No momento, o ex-presidente pode usufruir dos bens.

Quantos aos carros, ele não pode vender ou repassar a outras pessoas. O valor dos imóveis deverá ser descontado da multa de R$ 16 milhões.

Na mesma decisão, Moro fez ressalvas quanto ao espólio da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva. Embora ela tenha sido acusada pelos mesmos crimes a que o petista foi condenado, o nome dela foi retirado do processo após a morte, no começo deste ano.

Sendo assim, caso os bens que pertenciam ao casal sejam leiloados, apenas 50% do valor poderá ser destinado ao pagamento das multas a que o petista foi condenado.

Defesa - Em nota, a defesa do ex-presidente Lula considerou que a decisão de Moro é "ilegal e abusiva". Os advogados dizem que o bloqueio de bens estava sob sigilo e que só ficaram sabendo da decisão por meio da imprensa.

"Na prática a decisão retira de Lula a disponibilidade de todos os seus bens e valores, prejudicando a sua subsistência, assim como a subsistência de sua família. É mais uma arbitrariedade dentre tantas outras já cometidas pelo mesmo juízo contra o ex-Presidente Lula", dizem os advogados.

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