SÃO LUÍS - Parte da estrutura que sustenta a Capela de São Pedro, no bairro Madre Deus, em São Luís, cedeu no último fim de semana, chamando atenção para os problemas estruturais que existem no templo. O local é um dos pontos turísticos da cidade e tem seu momento de maior visitação no dia 29 de junho, Dia de São Pedro, durante o tradicional encontro de grupos de bumba boi no espaço.

O desmoronamento da estrutura aconteceu durante a madrugada de domingo, dia 23, por volta de 5h. No início da manhã, os fiéis que foram ao local participar de celebração se espantaram com o estrago, uma vez que um grande buraco se formou no local e o entulho desprendido ficou espalhado pelos degraus e parte do largo. Na manhã de ontem, o material ainda estava no local.

A área atingida foi isolada pelo Corpo de Bombeiros, que esteve na capela no domingo para avaliar os estragos causados. Algumas estacas de madeira foram colocadas para dar sustentação e evitar novos desmoronamentos.
De acordo com as análises preliminares, as raízes das árvores mortas que se localizam na parte superior da estrutura que desabou e as infiltrações teriam sido as responsáveis pela ocorrência.
Se a situação não for corrigida o quanto antes, a erosão formada pode causar problemas ainda maiores para a estrutura da capela. E são esses problemas que causam temor aos fiéis que frequentam o templo religioso.

Por enquanto, as atividades na capela continuam sendo realizadas normalmente, como as duas missas matutinas realizadas às quintas-feiras e aos domingos e os encontros dos grupos, que acontecem no período da noite.
Anualmente, a Capela de São Pedro passa por vistoria do Corpo de Bombeiro, feita pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT), para verificar se ela tem condições, em termos de segurança, para receber os brincantes de bumba boi no dia 29 de junho.

Durante as inspeções, já foram encontrados problemas nas paredes, teto e ausência de alguns itens de segurança obrigatórios, levantando-se a possibilidade do espaço ser interditado até a resolução das pendências, inviabilizando, dessa forma, o encontro das agremiações juninas. No entanto, essa medida extrema nunca aconteceu.

De acordo com Regina Soeiro, coordenadora do Conselho Comunitário da Igreja de São Pedro, a comunidade faz alguns reparos na capela, mas alguns serviços são caros, sendo necessária a ajuda governamental. “Estamos apelando para o governo, porque a comunidade e a paróquia não têm condições. O que podemos fazer nós estamos fazendo”, disse.

Alexandre Silva Moreira mora em uma residência localizada no Largo de São Pedro e é responsável por guardar a pequena embarcação que leva a imagem do Santo durante a procissão marítima em homenagem ao padroeiro dos pescadores. Ele disse que estava dormindo no momento do desmoronamento e se espantou com a situação. O morador também pediu que providências fossem tomadas. “Esse é um patrimônio que todos os anos arrasta milhares de turistas”, contou.

O Governo do Estado foi procurado pela reportagem para saber quais ações seriam colocadas em prática para solucionar o problema da Capela de São Pedro, mas até o fechamento desta reportagem nenhuma resposta foi obtida.

SAIBA MAIS

Em 1949, houve a inauguração do templo, com apoio da Colônia de Pescadores Z-1, da Madre Deus. A capela foi reformada por mais três vezes, duas delas pela Prefeitura de São Luís, em 1973 e 1995. A arquitetura atual data de 1997 e foi feita pelo Governo do Estado, na primeira gestão da governadora Roseana Sarney. A nova igreja encontra-se na parte mais alta do Largo de São Pedro, com o seu estilo moderno, em formato de um barco, tornando-se mais um dos pontos turísticos de São Luís, especificamente pelo seu estilo.

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