Em 10 anos

Área de soja deve crescer mais de 40% em Balsas e Tasso Fragoso

Estudo realizado pelo Ministério da Agricultura e Embrapa projeta para a próxima década crescimento na produção e na área plantada da leguminosa nos dois municípios, localizados no sul do Maranhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
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Os municípios de Balsas e Tasso Fragoso, que integram a Região do Matopiba – formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia –, têm crescimento na produção de soja projetado em 42,7% e 43,7%, respectivamente, para os próximos 10 anos. As estimativas fazem parte do estudo da produção agropecuária brasileira para a próxima década, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

De acordo com as projeções, que abrangem 10 municípios do Matopiba, a área plantada de soja no município maranhense de Balsas, que na safra 2016/2017 atingiu 198 mil hectares, deve saltar para 277 mil hectares na safra 2026/2027, crescimento, portanto, de 40,2%. Já produção, hoje de 515 mil toneladas, alcançará 735 mil toneladas em 10 anos.

No caso de Tasso Fragoso, a área plantada deve crescer 42,3%, saindo de 169 mil hectares (safra 2016/2017) para 240 mil hectares na safra 20262027. Esse aumento também refletirá na produção do município, que nos próximos 10 anos deve saltar de 463 mil toneladas para 665 mil toneladas.

Outros municípios

Além de Balsas e Tasso Fragoso, as projeções de crescimento de soja no Matopiba também serão registradas nos municípios de Campos Lindos (TO), Baixa Grande do Ribeiro e Uruçuí (PI) e Barreiras, Correntina, Formosa do Rio Preto, Luís Eduardo Magalhães e São Desidério (BA).

Esses 10 municípios devem responder na safra 2026/2027 por uma produção de 26,5 milhões de toneladas, o que representa um acréscimo de 29,3% em relação à produção de 2016/17 (20,4 milhões de toneladas).

Em todo o país, a projeção de soja em grãos para 2026/27 é de 146,5 milhões de toneladas. Esse número representa um acréscimo de 29,7% em relação à produção de 2016/17 (113,0 milhões de toneladas). Mas é um percentual que se situa abaixo do crescimento ocorrido nos últimos 10 anos no Brasil, que foi de 89,8 %.

Consumo

O consumo doméstico de soja em grãos deverá atingir 58,4 milhões de toneladas no final da projeção, podendo chegar a 69,2 milhões de toneladas em 2026/27, aumento de 23,4%. Esse incremento, no entanto, deve ser pouco acima do consumo de milho, que está projetado em 17,6 % entre 2017 e 2027, ambos produtos essenciais na preparação de rações.

A área de soja deve aumentar 9,3 milhões de hectares nos próximos 10 anos, chegando em 2027 a 43,2 milhões de hectares. É a lavoura que mais deve expandir a área na próxima década, seguida pela cana-de-açúcar com cerca de 1,9 milhão de hectares adicionais.

Produtividade é desafio para os próximos anos

A produtividade da soja é considerada pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) como grande desafio nos próximos anos. Essa preocupação é evidenciada pelo fato de que as projeções da produtividade mostram uma relativa estagnação, cuja média nacional fica em torno de 3 toneladas por hectare.

A Abiove projeta uma área de soja de 44,6 milhões de hectares em 2030. A soja deve expandir-se por meio de uma combinação de expansão de fronteira em regiões onde ainda há terras disponíveis, ocupação de terras de pastagens e pela substituição de lavouras onde não há terras disponíveis para serem incorporadas. Mas a tendência no Brasil é que a expansão ocorra principalmente sobre terras de pastagens naturais.

Estima-se que a expansão deve ocorrer em áreas de grande potencial produtivo, como as de cerrados compreendidas na região que atualmente é chamada de Matopiba. O Mato Grosso deverá perder força nesse processo de expansão de novas áreas, devido principalmente aos preços de terras nesse estado que são mais que o dobro dos preços de terras de lavouras nos estados do Matopiba (FGV-FGVDados).

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