Poluição ambiental

Trecho liberado tem esgoto jorrando na Praia de São Marcos

No local, existe placa informando às pessoas que o trecho está próprio para o banho; contudo, bem abaixo, há um esgoto despejando esgoto em direção ao mar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Esgoto jorra na areia da Praia de São Marcos, sob a placa que aponta área como própria para banho
Esgoto jorra na areia da Praia de São Marcos, sob a placa que aponta área como própria para banho (São Marcos)

SÃO LUÍS - Há um trecho na Praia de São Marcos no qual uma placa orienta os banhistas informando que o espaço está próprio para o banho. Porém, bem embaixo da placa existe uma tubulação de esgoto que constantemente joga água poluída para dentro do mar.

O flagrante da situação foi feito na manhã de ontem por O Estado. O ponto é um dos trechos monitorados periodicamente pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), que avalia as condições de balneabilidade e as informa para os banhistas, dizendo se o ponto está apto ou não para o banho.

Poluição
Porém, mais uma vez o Governo do Estado vem informando de forma errada as condições de balneabilidade das praias. Logo no primeiro ponto da Praia de São Marcos que está sendo monitorado, existe uma placa informando que o trecho está permitido para o banho, mas a água poluída que sai de dentro de uma boca de esgoto mostra que esta informação não é verdadeira.
A água poluída escorre pela areia, causando transtornos para aqueles que estão fazendo caminhadas. Deve-se ressaltar que o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) também sugere que a areia da praia passe por verificações, e não apenas a água do mar, quando o assunto é lançamento de esgoto na orla.

Por fim, a água poluída, após passar pela areia e contaminá-la, alcança o mar, onde as pessoas banham e se divertem. Dessa forma, o trecho fica impossibilitado para o banho, oferecendo riscos à saúde das pessoas que estão na água.
Situação semelhante - quando o governo informava de forma errada as condições de balneabilidade das praias da Região Metropolitana de São Luís - foi denunciada por O Estado na edição do dia 26 de junho.

Na ocasião, no trecho localizado em frente à praça de apoio aos banhistas, na Praia da Ponta d’Areia, as águas estavam impróprias para o banho. Mas no local havia uma placa informando juntamente o contrário. Um dia após a denúncia, técnicos da Sema estiveram no local e fizeram a alteração da placa.

Em nota, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) informou que na última coleta, realizada quarta-feira, 19, não foi constatado lançamento de esgoto na região em questão. De todo modo, equipes da Sema e da Caema seriam enviadas ao local para averiguar a denúncia.

A Sema frisou, ainda, que o laudo de balneabilidade é divulgado semanalmente, e o monitoramento obedece aos padrões fixados na Resolução nº 274/00 do Conama.

SAIBA MAIS

As amostras de água são colhidas regularmente em situação de maré baixa e na isóbata de 1m. O monitoramento obedece aos padrões fixados na Resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Conama) nº 274/00, segundo a qual as águas das praias serão consideradas próprias, quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras, obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores e colhidas no mesmo local, houver no máximo 100 Enterococos/100 mL (NMP - Número Mais Provável). As águas das praias serão consideradas impróprias, quando não atenderem aos critérios anteriores, ou quando o valor obtido na última amostragem for superior a 400 Enterococos/100 mL (NMP). A Sema passou a divulgar os laudos com as condições de balneabilidade das praias após Ação Civil Pública (ACP) proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) do Maranhão obrigando a secretaria a divulgar as condições de balneabilidade das praias de São Luís, Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar, incluindo a fixação de placas em trechos impróprios para banho. Em 2012, as praias da Região Metropolitana de São Luís passaram quase 200 dias interditadas pela Sema após a divulgação de um laudo, no dia 25 de março daquele ano, segundo o qual toda a orla estava imprópria para banho. A liberação ocorreu dia 11 de outubro, após a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) executar obras de melhoria do sistema de esgotamento sanitário de São Luís.

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