Erro do poder público

Mulher é dada como morta ao tentar marcar consulta

De acordo com a paciente, ao chegar até o Centro de Medicina Especializada (Cemesp), seu nome constou com óbito confirmado; SES alegou que paciente “permanece com cadastro ativo”

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

Ao se deslocar até o Centro de Medicina Especializada (Cemesp) – situado no Bairro de Fátima e mantido pelo Governo do Estado –, no mês passado, a diarista Maria Iracema Nogueira, de 66 anos, não imaginava a situação que enfrentaria. Assim que disse seu nome na unidade para conseguir uma consulta (já que é diabética), a mulher foi declarada morta pelo sistema de controle de pacientes. Questionada sobre o tema, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que, ao contrário da denúncia, a paciente “permanece com cadastro ativo”.

A diarista – que mora sozinha em uma casa situada no bairro Turu - argumenta que já havia se consultado na unidade de saúde estadual várias vezes. “Há pelo menos seis meses não me consultava. Mas mesmo no ano passado ou em anos anteriores já me consultei ali”, disse a diarista. Ao saber que seu nome constava na lista de pacientes como morta, a diarista disse a O Estado que não sabia o que fazer. “Ninguém iria marcar uma consulta para uma morta. Por isso, fiquei sem consulta e, até agora, sem solução”, afirmou.

Por causa da diabetes, a diarista precisa regularmente verificar as taxas de glicemia, fazer exames e passar por uma avaliação médica. No entanto, por causa do erro no sistema, está sem acesso a todos estes procedimentos. “Eu não acho justo que, por uma situação dessas, a gente não consiga ter acesso a nada”, disse. Ela informou ainda que, após ser declarada como morta, tentou marcar consultas sem outras unidades, sem sucesso. “É um acesso muito difícil a esses serviços. Venho tentando marcar estes procedimentos, mas até agora não consegui em outro local”, afirmou.

Segundo a SES, o último atendimento agendado pela paciente aconteceu em novembro de 2015 e, por essa razão, a usuária foi informada que é necessário realizar consulta e exames de rotina com o clínico médico para atualização do quadro clínico, antes do atendimento com endocrinologista.

SAIBA MAIS

Informações
De acordo com informações que constam no site do Governo do Estado, o Cemesp funciona como centro de referência estadual para pacientes com diabetes e hipertensão. Além disso, o local daria suporte médico nas áreas de cardiologia, endocrinologia, nefrologia, gastroenterologia, oftalmologia, odontologia, nutrição, pneumologia, reumatologia, dermatologia, ortopedia, ultrassonografia e clínica médica.

Segundo o Governo, em julho de 2015, foi lançado um call center específico para atender a toda a demanda de marcação de consultas de pacientes da unidade. De acordo com a SES, o número do telefone principal da central telefônica disponível para a marcação é o (98) 3243-3447.

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