Instabilidade

Confiança do consumidor tem queda de 5% em junho e chega ao menor nível desde janeiro

Trata-se do patamar mais baixo do indicador desde janeiro deste ano, início da série histórica, segundo SPC Brasil e CNDL

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

SÃO PAULO - O nível de confiança do consumidor brasileiro com a economia e com as próprias condições financeiras recuou de 41,5 pontos em maio para 39,4 pontos no último mês de junho, o que representa uma queda de 5% na passagem de um mês para o outro. Trata-se do patamar mais baixo do indicador desde janeiro deste ano, início da série histórica. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a combinação do risco de novas instabilidades políticas e a atividade econômica ainda fraca, mesmo com inflação em queda e juros menores, contribuíram para o resultado do último mês. “O processo de recuperação da confiança dos consumidores poderá ser lento e irregular, variando ao sabor do clima político”, analisa Pinheiro.

O Indicador de Confiança é composto pelo Subindicador de Expectativas, que passou de 53,9 para 51,1 pontos e pelo Subindicador de Condições Atuais, que registrou 27,8 pontos em junho ante 29,2 pontos em maio último. A escala dos indicadores varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais confiantes estão os consumidores.

Oito em cada dez brasileiros acreditam que a economia está mal

De acordo com o levantamento, 82% dos consumidores avaliam negativamente as condições atuais da economia brasileira. Para 17%, o desempenho é regular e para apenas 1% o cenário é positivo. Entre aqueles que avaliam o clima econômico como ruim, a principal explicação são os escândalos de corrupção e o mau uso dos recursos públicos, citados por mais da metade desses consumidores (51%). Em seguida, os entrevistados apontam sintomas da crise, como o desemprego (21%). Mesmo em queda, a inflação é causa principal da percepção negativa da economia para 15% dos consumidores.

Já quando se trata de responder sobre a própria vida financeira, o número de consumidores insatisfeitos é menor do que quando se avalia a economia do Brasil como um todo, mas ainda assim é elevado. De acordo com a sondagem, 45% dos brasileiros consideram a atual situação financeira como ruim ou péssimo. Outros 45% consideram regular e um percentual menor, de 9%, consideram o momento bom. Dentre os entrevistados que exercem alguma atividade remunerada, 39% consideram média ou alta a probabilidade de serem demitidos. Para 26%, o risco é baixo e 35% não temem ser dispensados pelos seus patrões.

O orçamento apertado e a dificuldade de pagar as contas são as principais razões para considerar a vida financeira ruim, apontadas por 31% desses consumidores. Os entrevistados mencionam também o desemprego (30%), as dívidas atrasadas (14%), a queda da renda familiar (11%) e a perda de controle financeiro (4%).

“O momento econômico difícil pelo qual o país atravessa influencia negativamente a vida financeira do brasileiro, obrigando que essas pessoas façam cortes no orçamento, consumam menos do que antes ou enfrentem dificuldades para honrar compromissos em dia”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

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