13 de julho

Entre a esperança e o desespero

Independente do “lado”, todos estão no mesmo barco, o de um país de vive uma das piores crises institucionais da história

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi condenado, ontem, pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, na primeira instância, a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no processo que envolve o caso da compra e reforma de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. O político poderá recorrer em liberdade.

Na terça-feira, uma votação no Senado aprovou o texto da reforma trabalhista, que ainda depende da sanção do presidente Michel Temer para virar lei. Enviado pelo governo no ano passado, o projeto muda trechos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e prevê pontos que poderão ser negociados entre empregadores e empregados.

O Ministério Público do Trabalho (MPT), por sua vez, informou que pediu ao presidente Michel Temer o veto total à reforma trabalhista. Segundo a instituição, 14 pontos do texto aprovado violam a Constituição e convenções internacionais ratificadas pelo Brasil, como “inconstitucionalidade na terceirização de atividades finalísticas das empresas”, “flexibilização inconstitucional da jornada de trabalho” e “violação de direito fundamental ao salário mínimo”. Além da ausência de amplo debate com a sociedade.

Ainda ontem, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara começou a discussão do relatório sobre a denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer. Se a Câmara admitir a acusação contra o presidente da República, a decisão será comunicada à Suprema Corte em duas sessões. Se a maioria dos ministros do Supremo aceitar a denúncia contra Temer, o presidente se tornará réu e será afastado do mandato por até 180 dias.

Entre trocas de farpas, acusações, favores e estratégias políticas está a população brasileira, que assiste a tudo com um misto de esperança e desespero. A vontade de mudança e melhoria faz com que cada notícia seja recebida com sobressaltos. A impressão é que o país está em uma escalada negativa.

A condenação de Luiz Inácio Lula as Silva foi a primeira criminal de um ex-presidente desde a Constituição de 1988. Muitos comemoraram a decisão. Já os defensores correram para elencar erros no processo e motivos para o seu equívoco. Fazem sobressair uma divisão clara – e equivocada - que vive o país. Como se apenas existissem dois lados: a favor de Lula (ou do PT) e contra ele.

A verdade é que, independente do “lado”, todos estão no mesmo barco, o de um país que vive uma das piores crises institucionais de sua história. Se o resultado disso será uma melhoria significativa para todos, o que é a esperança geral da nação, não se sabe. De todos os lados, sobram opiniões. Mas, no frigir dos ovos, todos perdem. O país, a credibilidade. A população, direitos e esperança. Os políticos, o apoio popular.

Entre a esperança e o desespero, o que se pode é fazer é observar o desenrolar dos fatos, vigilantes sempre de que a Justiça seja feita.

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