Promessas não cumpridas

Moradores da Aurora alegam que Estado descumpre acordo

Uma das principais reivindicações é a falta de segurança; moradores dizem que a viatura da PM não fica mais no local, o que aumentou a criminalidade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Passados cinco meses do acordo com o Governo, viatura da PM não fica mais no bairro e buracos permanecem
Passados cinco meses do acordo com o Governo, viatura da PM não fica mais no bairro e buracos permanecem (Funac)

SÃO LUÍS - Moradores do bairro Aurora, em São Luís, denunciam o descumprimento, pelo Governo do Estado, de sua parte no acordo feito com a comunidade no início deste ano e mediado pelo Ministério Público, por causa da presença de uma unidade da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac) na localidade. A principal reclamação diz respeito ao policiamento na região.

No dia 25 de janeiro, durante audiência de conciliação no Fórum Desembargador Sarney Costa, no bairro do Calhau, além de garantir que a unidade da Funac deixará o bairro no fim deste ano, o governo se comprometeu em reforçar a segurança na região, deixando uma viatura policial na porta da unidade da Funac, que seria responsável, também, por fazer o policiamento na região.

Insegurança
Os moradores do bairro alegam que esse acordo não está sendo cumprido, pois há muito tempo essa viatura não é mais vista na porta da unidade, nem fazendo as rondas ostensivas e preventivas, aumentanto a quantidade de crimes na região. “A sensação de insegurança voltou na região. Os assaltos dentro de ônibus e nas paradas voltaram a acontecer. O governo
está deixando de cumprir o que prometeu”, disse Mauro Silva, que é um dos líderes comunitários da região.

Outra parte do acordo firmado relacionava-se com a instalação de um posto policial que funcionaria 24 horas, mas isso até o momento não aconteceu. Os moradores criticam ainda a falta de compromisso do governo com relação à quadra poliesportiva que deveria ser reformada. Eles afirmam que o espaço ainda não foi entregue para a comunidade e está sendo depredado pela ação de vândalos.

Outra reclamação são as ruas da comunidade em que o governo se comprometeu em restaurar para retirar os buracos, principalmente aqueles localizados na Rua Frei Hermenegildo, principal via de acesso para o bairro. “As ruas continuam intrafegáveis. Tudo o que o governo se comprometeu em fazer não está fazendo”, pontuou Mauro Silva.

Acordos
A luta da comunidade da Aurora para que o Giovermo do Estado retirasse do local uma unidade da Funac recém-instalada começou dia 4 de janeiro e, após quase um mês de protestos, brigas, barricadas e reuniões, houve a vitória da comunidade e ficou acertado, em audiência de conciliação no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau, que o Governo do
Estado tem até o dia 30 de dezembro deste ano para remover a unidade da comunidade.

Em nota a Secretaria de Estado da Infraestrutura informou que sexta-feira, 7, a reforma da quadra poliesportiva com cobertura e espaço para ginástica foi concluída e sua inauguração está marcada para o dia 28. Sobre a Rua Frei Hermenegildo, em frente à Funac, a Sinfra informou que desde 2015 o Programa Mais Asfalto revitaliza ruas de São Luís com o objetivo de ajudar a prefeitura na melhoria mobilidade urbana no município. Sobre a pavimentação das ruas, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular informou que tem monitorado com a Prefeitura de São Luís a realização da reforma. A Secretaria de Estado da Segurança Pública, informou que o 9º BPM realiza trabalhos preventivos e ostensivos no bairro Aurora e adjacências. A SSP frisou, que são feitas diariamente, abordagens à veículos, motocicletas e pedestres.


SAIBA MAIS

A Aurora é um dos bairros centenários de São Luís. São cerca de 20 mil moradores, muitos idosos que ainda lembram de como era a vida antigamente, que sofrem com falta de escolas, hospitais e segurança. Em mais de 100 anos, o bairro nunca teve uma escola, um único hospital, posto policial, ou nem mesmo uma farmácia.

Fora isso, os moradores ainda têm que conviver, há mais de 40 anos, com a Unidade Prisional de Ressocialização (UPR) do Anil, que antigamente era chamada de Central de Recolhimento (Cerec). A unidade sempre foi famosa em São Luís pelas constantes fugas, que sempre causam pânico na população. Uma dessas ações resultou na morte de dona Elisabete Raposo Costa, aos 65 anos de idade, quando bandidos invadiram seu quintal e polícia seguiu atrás. As trocas de tiro assustaram a mulher, que era hipertensa e teve um infarto fulminante.

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