Cassados

Justiça Eleitoral cassa mandato de prefeito de Mirando do Norte

Também teve o diploma cassado o vice-prefeito; na decisão está prevista a realização de nova eleição na cidade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Negão foi condenado por abuso de poder político e compra de votos em 2016
Negão foi condenado por abuso de poder político e compra de votos em 2016 (Negão Miranda do Norte)

Tiveram o diploma cassados o prefeito eleito de Mirando do Norte, Carlos Eduardo Fonseca, o Negão (PSDB), e seu vice, Joubert Sérgio. A decisão é da justiça de base que prevê ainda a aplicação de multa e a inelegibilidade de oito anos para o tucano e seu vice.

A decisão foi da juíza Mirella Cezar Freitas, titular da 16ª zona eleitoral. A magistrada determinou ainda por novas eleições na cidade, devendo o presidente da Câmara de Vereadores assumir até a diplomação dos novos eleitos.

A representação que levou a cassação foi proposta pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), após ser provocado pela Coligação Miranda de Todos Nós, que acusou os eleitos de abuso de poder econômico e compra de votos por distribuição de materiais de construção.

Para fundamentar a representação, o MPE ouviu eleitores que corroboraram os fatos informados pela Coligação Miranda de Todos Nós, apresentando ainda, como elemento de convicção, fotografias da entrega de material de construção a eleitores, mídia contendo filmagem em audiovisual, boletim de ocorrência policial e denúncias feitas por outros eleitores mirandenses sobre a prática através do aplicativo Pardal.

A defesa de Negão e Joubert Sérgio alegou imprestabilidade das provas colhidas internamente pelo MPE por ausência de contraditório; inidoneidade das testemunhas, não detalhamento dos fatos, provas inadequadas; inexistência da conduta e/ou participação ou anuência dos representados; e inexistência de prova robusta dos fatos alegados.

Para a Justiça Eleitoral da 16ª zona, restou caracterizado que Negão visitava eleitores, prometendo vantagens em troca de votos. Quando não era o próprio candidato que ofertava a benesse, era o prefeito anterior, Júnior Lourenço, que o acompanhava nas visitas e encabeçava a campanha eleitoral.

Além disso, há indícios de que houve distribuição generalizada de materiais de construção, sem que, na entrega, fosse tomado recibo ou qualquer outra espécie de controle. A filmagem e as fotografias que instruem o processo, ademais, corroboram as afirmações colhidas das provas orais produzidas.

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