Orçamento

Alimentação fora de casa lidera o ranking de corte de gastos

Conforme pesquisa realizada pelo SPC Brasil e pela CNDL 76% dos brasileiros avaliam que a vida financeira está igual ou pior que no ano passado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Custo aumentou para quem come fora de casa, aponta pesquisa
Custo aumentou para quem come fora de casa, aponta pesquisa ( Custo aumentou para quem come fora de casa, aponta pesquisa)

BRASÍLIA - Levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional e Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que 80% dos brasileiros tiveram de fazer cortes no orçamento ao longo do 1º semestre deste ano para lidar com os efeitos da crise na comparação com mesmo período de 2016.

O principal item cortado foi a alimentação fora de casa, citado por 6 em cada 10 (57%) dos entrevistados. Em seguida vêm a compra de roupas, calçados e assessórios (55%), idas a bares e restaurantes (53%), gastos com lazer e cultura, como cinema e teatro (51%), viagens (51%), idas a salões de beleza (50%) e a compra de itens supérfluos nos supermercados (50%).

Para 76% dos consumidores, a vida financeira pessoal continuou igual ou pior do que no ano passado. Apenas 19% consideram que houve melhora no período avaliado.

A avaliação que os entrevistados fazem do desempenho da economia do país como um todo também vai na mesma direção: para 39% dos entrevistados, as condições da economia brasileira pioraram nos seis primeiros meses deste ano em relação ao ano passado, enquanto para 38%, ela se manteve do mesmo jeito. De modo inverso, apenas 19% acreditam que houve melhora ao longo do período.

Três em cada 10 atribuem piora nas finanças à diminuição da renda ou desemprego; 57% dos brasileiros passaram a fazer bicos em 2017

Considerando a parcela de brasileiros que avaliam que o estado de suas finanças piorou ao longo do primeiro semestre, as razões relacionadas à crise ganham destaque: 34% atribuem a piora à queda da renda familiar, 32% mencionam o fato de não conseguirem mais poupar como antes e 30% culpam o desemprego. Já entre a minoria que notou alguma melhora na situação financeira pessoal, a razão mais citada é o controle do próprio orçamento, mencionado por 37%.

Mais bicos

Outro dado que demonstra o alcance da crise é que 57% dos brasileiros passaram a fazer bicos e trabalhos extras para complementar a renda de casa. O desemprego bateu à porta de 36% dos consumidores ouvidos e pouco mais de um terço (35%) precisou recorrer a empréstimos bancários ou ajuda de familiares para organizar o orçamento. Outros 26% tiveram de vender algum bem para conseguir dinheiro.

Atrasos nas contas

Resultado do dinheiro mais curto é que 38% dos entrevistados foram parar nos cadastros de inadimplentes pelo não pagamento das contas. Mais da metade (51%) dos consumidores admitiram ter ficado vários meses ao longo deste ano com as contas no vermelho e 56% não estão conseguindo pagar todas as contas em dia.

Os atrasos impactam tanto as contas de primeira necessidade, como em modalidades usuais de crédito, como o cartão e cheque especial.

De acordo com a pesquisa, 28% dos consumidores brasileiros se encontram atualmente em atraso no pagamento das contas de água e luz. Os atrasos no cartão de crédito e no cheque especial, duas das modalidades que cobram os juros mais elevados do mercado, alcançam 31% e 16%, respectivamente. Também há falta de pagamento nos cartões de loja (26%), contas de internet (27%), telefone (24%) e TV por assinatura (21%).

Segundo a pesquisa, 77% dos brasileiros não conseguiram juntar dinheiro no primeiro semestre e 23% conseguiram concretizar algum sonho de consumo no período.

Receosos de que a crise se prolongue por mais um tempo, 25% dos entrevistados pretendem evitar, nos próximos seis meses, o uso do cartão de crédito e 23% planejam fazer mais pesquisas de preços. Outros 21% vão passar a dar prioridade para pagamentos à vista e 20% dizem que vão tentar aumentar a renda com trabalhos extras.

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