Dilma Rousseff

Dilma vê justiça da história com “lideranças do golpe”

Ex-presidente participou de posse do novo comando do PT e alertou o país para possibilidade de novas medidas autoritárias com objetivo de manter poder

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

BRASÍLIA - A ex-presidente Dilma Rousseff destacou, durante a posse de Gleisi Hoffmann na presidência do PT, que a história está sendo "severa e implacável" com as "lideranças do golpe", Aécio Neves (PSDB-MG), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o presidente Michel Temer (PMDB).

Dilma ressaltou que, se antes havia especulações sobre o se o impeachment foi ou não "golpe", agora fica mais claro. "É um fato que houve golpe no Brasil e é fato que esse golpe e esse arranjo caminha a passos largos para a ruína", alertou a presidente eleita.

Jamais vou esquecer as três palavras do Requião, que começa o discurso no dia que estava sendo julgado o meu impeachment: 'canalhas, canalhas, canalhas', talvez um dos mais bonitos discursos do nosso Senado"Dilma Rouseff, presidente deposta

Dilma afirmou ainda que é preciso ter cuidado, devido a uma tradição do Brasil de acentuar golpes, como no AI-5 em 1968. "Temos que cuidar para que a ruína do golpe não se transforme na radicalização do golpe. Porque hoje não existe a menor condição de eles aprovarem todas as medidas que estão na pauta."

Dilma cumprimentou a nova presidente do PT, Gleisi Hoffmann. "Gleisi Hoffmann mostrou, como tantas outras mulheres, que as mulheres têm espaço e capacidade de liderar e dirigir e contribuir com todos os nosso companheiros a construção de um brasil melhor."

Para Dilma, o PT se reconstrói e se fortalece com a democracia. "Nós que damos grande importância à democracia temos que ver que o PT se fortalece e se reconstrói e é capaz de entender que mudar é necessário, desde que não se mude de lado, e nós não mudamos de lado. Cumprimento toda a Executiva, todo o Diretório. Desejo um longo caminho de lutas."

A ex-presidente também saudou a presença do senador Roberto Requião (PMDB-PR) no palco, e disse que "jamais esquecerá" a fala do correligionário de Michel Temer quando o impeachment chegou ao Senado. "Jamais vou esquecer as três palavras do Requião, que começa o discurso no dia que estava sendo julgado o meu impeachment: 'canalhas, canalhas, canalhas', talvez um dos mais bonitos discursos do nosso Senado."

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, disse que o Brasil chegou "ao fundo do poço" sob a gestão de Michel Temer. "Chegamos ao fundo do poço, e quando um poço seca no Nordeste ele vai voltar a dar água, mas vai demorar para caramba", ressaltou.

Lula comentou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já "está se preparando" para ocupar o lugar de Michel Temer. "Certamente Rodrigo Maia já deve estar se preparando para ser o próximo presidente da República, o seguidor do golpe, e não podemos achar que um golpista é melhor do que outro. Golpista é golpista."

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