Perseguição

Flávio Dino cede à pressão e decide mandar mais dinheiro para a Saúde de Caxias

Prefeito Fábio Gentil – que é adversário político do governador - havia reclamado de cortes no setor e chegou a ser contestado pela SES; recuo comprova que aportes diminuíram

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
(Fábio Gentil)

CAXIAS - Pouco mais de uma semana após forte pressão do prefeito Fábio Gentil (PRB) – que recorreu a O Estado para denunciar perseguição do Governo do Estado à saúde do seu município -, o governador Flávio Dino (PCdoB) decidiu recuar e determinar que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) repasse mais R$ 675 mil por mês para ajudar na gestão de Saúde de Caxias.

O dinheiro deve ser aplicado no custeio da maternidade Carmosina Coutinho – especificamente no pagamento de profissionais médicos. A unidade é administrada pela Prefeitura Municipal.

O anúncio do acerto foi feito ontem pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT), aliado do governador em Caxias e vem depois de o governo não conseguir sustentar o discurso de que não cortou verbas da cidade.

Para encerrar o assunto, Dino recebeu Gentil no Palácio dos Leões e comunicou que havia autorizado o repasse, que deve começar imediatamente.

Crise – A crise envolvendo o Governo do Estado e a Prefeitura de Caxias veio à tona depois de o prefeito Fábio Gentil (PRB) acusar o governador Flávio Dino de haver cortado pelo menos R$ 18 milhões da saúde do município em 2017.

Segundo ele, são quase R$ 3 milhões a menos que o Estado repassa para a saúde local desde janeiro. Os motivos seriam políticos, uma vez que Gentil venceu na eleição de 2016 o candidato apoiado pelo Palácio dos Leões, Léo Coutinho (PSB).

“Os recursos foram suspensos após o candidato apoiado pelo governador Flávio Dino [Léo Coutinho] em Caxias perder as eleições em 2016”, dizia uma nota publicada pela Prefeitura de Caxias no fim do mês de junho. Gentil apresentou documentos comprovando os cortes – sempre negados pela SES.

Dias depois, O Estado revelou que, o Fundo Municipal de Saúde (FMS) de Caxias também poderia ter sido alvo de perseguição política. Dados do Portal da Transparência do Executivo estadual apontam que, em 2017, houve redução de 98% nos repasses, nos seis primeiros meses do ano – e em comparação com o mesmo período de 2016.

Segundo levantamento a partir de informações da plataforma de dados abertos do governo, de janeiro a junho de 2016 a gestão comunista repassou ao Fundo de Saúde de Caxias – cidade então administrada pelo aliado Léo Coutinho – valores que, somados, chegaram a R$ 23.754.369,82.

No mesmo período de 2017 – e já sob a administração do prefeito Fábio Gentil, que é adversário político do Palácio dos Leões – foram repassados apenas R$ 446.067,40. O valor corresponde a 1,87% do que foi enviado ao município há um ano.

MAIS

Desde janeiro, a Maternidade Carmosina Coutinho tem enfrentado dificuldades para manter os serviços médicos que atendem a Região dos Cocais. Para amenizar o problema – e após muita reclamação do prefeito – o pagamento dos médicos da unidade ficará a cargo da Secretaria de Estado Saúde (SES) e o custeio de manutenção ficará a cargo da Prefeitura.

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