Aflição

Moradores de residencial protestam no Palácio dos Leões contra despejo

Área está em processo de desapropriação pelo Governo do Estado; moradores alegam não ter condições de pagar aluguel, nem de conseguir outra moradia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

[e-s001]Cerca de 3 mil pessoas moram hoje no Residencial Ivaldo Rodrigues, área invadida e localizado após a Cidade Olímpica, na periferia de São Luís, mas elas temem perder suas casas em uma ação de desapropriação. Na manhã de ontem, os moradores realizaram um protesto em frente ao Palácio dos Leões, sede do Governo do Estado, reivindicando a permanência na localidade.

De acordo com os manifestantes, no local onde eles estão no momento serão construídos empreendimentos residenciais do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. Em maio do ano passado, eles chegaram a ser retirados à força da região, mas poucos meses depois retornaram.

Protesto
Na manhã de ontem, os moradores do residencial foram até a sede do Executivo estadual, localizada na Praça Pedro II, reivindicar sua permanência e alegam ser de baixa renda e não ter condições de encontrar moradia ou dispor de condições para pagar aluguel.

Se eu tirar o dinheiro para pagar algum aluguel, não vai sobrar nada para comer”Alan Silva, autônomo

O protesto começou no início da manhã e se estendeu durante todo o dia. Os moradores carregavam faixas e cartazes que mostravam insatisfação com a política que está sendo desenvolvida pelo governo estadual. No fim da manhã, uma comissão de moradores foi formada para encontrar o secretário de Comunicação e Assuntos Políticos, Márcio Jerry, no intuito de encontrar uma solução para o problema.

Preocupação
O Estado
esteve no Residencial Ivaldo Rodrigues e conversou com alguns moradores que mostraram preocupação com a possibilidade de perderem suas casas. A grande maioria das pessoas que moram no local diz não ter trabalho fixo e sobreviver fazendo “bicos”.

Uma dessas pessoas é Alan Silva. Ele contou que tem dois filhos e mensalmente consegue ganhar algo em torno de R$ 500,00, que é o que garante seu sustento e o de suas crianças. “Só com a possibilidade de sair, já bate um desespero. Eu vivo de bicos e, fora isso, não tenho nada e nem condições de pagar um aluguel”, disse ele, que veio do município de Alto Alegre do Pindaré (distante aproximadamente 400 km da capital maranhense), na tentativa de conseguir emprego na capital, mas até agora não obteve sucesso.

[e-s001]A aposentada Maria Penha também vive drama semelhante ao das outras pessoas que estão no residencial. “Nós estamos aqui porque precisamos. Se nos colocarem para fora, não temos nenhum outro lugar para ir. Eu não sei como vai ser”, lamentou.

O Governo do Estado foi procurado pela reportagem para se posicionar a respeito das reivindicações dos moradores do Residencial Ivaldo Rodrigues, mas até o fechamento desta página nenhuma resposta foi obtida.

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