Corazziere

Brasileiro se torna primeiro negro da guarda de honra do presidente da Itália

Nascido em Salvador de uma família pobre, o jovem foi adotado quando era ainda um bebê por um casal da Sicília e hoje faz parte do corpo de elite das Forças Armadas italianas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

ROMA - Um brasileiro de 27 anos se tornou o primeiro negro a entrar na unidade da guarda de honra do presidente da Itália, o Reggimento Corazzieri, o equivalente aos Dragões da Independência do Brasil. Identificado apenas com as iniciais de seu nome, N.T., como forma de preservar sua identidade, o jovem conquistou a atenção da imprensa internacional durante a visita de Papa Francisco ao palácio presidencial da Itália, ocorrida em junho, onde foi fotografado do lado do Pontífice e do presidente italiano, Sergio Matarella.

As imagens da visita mostram o jovem corazziere batendo continência na chegada do Papa ao grande pátio principal do Palácio do Quirinale, em Roma. O jovem soldado negro, alto 1,96 m, em seu impecável uniforme das grandes ocasiões, ganhou um sorriso de Bergoglio.

N.T. nasceu em Salvador de uma família pobre. Sem condições de cuidar dele e da irmã mais velha, os pais entregaram a guarda das crianças ainda bebês para um casal da Sicília em 1990. Os pais adotivos não quiseram separar os irmãos, que levados para a cidade de Caltanissetta cresceram como cidadãos italianos.

N.T. estudou no liceu científico local e desenvolveu duas paixões no país que o acolheu: os esportes e a polícia. Em ambos conquistou sucessos.

Ainda adolescente se tornou jogador de vôlei profissional, disputando competições em toda a Itália com seu time, que chegou até a série B. Em seguida, prestou concurso e se juntou às Forças Armadas italianas, no corpo dos Carabinieri. Mas o sonho de N.T. sempre foi fazer parte dos Corazzieri, a mítica tropa de elite que desde meados de 1500 protegeu os reis e os presidentes da Itália. Entre os requisitos mínimos para ingressar na instituição está a altura, 1,95 m, saber cavalgar perfeitamente e superar uma série de duras provas físicas e psicológicas.

“N.T. quis se alistar voluntariamente como forma de agradecimento ao país que o adotou. E com muita força de vontade e determinação superou todas as provas para se tornar um corazziere, até conquistar seu objetivo. Ele é um orgulho para nossa instituição”, afirmou o coronel Alessandro Casarsa, comandante do regimento da guarda presidencial italiana.

Segundo o comandante, a cor da pele jamais foi um obstáculo. “N.T. foi o primeiro soldado negro a se tornar corazziere, mas por méritos próprios e não em função de sua cor. Nós não fazemos distinções de raça, religião, opiniões ou preferências sexuais. Ele foi um dos melhores soldados de seu curso, tanto que foi encomiado com todos os méritos no final dos seis meses de treinamento”, explicou Casarsa.

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