PSDB

João Dória veta volta de Aécio Neves ao comando do PSDB

Para o prefeito de São Paulo, mesmo com a liberação do STF para que o tucano reassuma o mandado, o partido tem que seguir seu rumo enquanto ele se defende

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

BRASÍLIA - Questionado sobre a volta do senador Aécio Neves para a presidência do PSDB, depois de o Supremo Tribunal Federal ter restituído seu mandato de senador, o prefeito de São Paulo João Doria ressaltou que respeita o parlamentar, mas que entende que neste momento o mais adequado é que ele se afaste do cargo para se dedicar exclusivamente a sua defesa.

“Ele tem o direito de se defender e tenho certeza de que o fará muito bem, mas o PSDB precisa seguir sua rota, não pode seguir na interinidade ou numa circunstância na qual o presidente tem que responder pela Lava Jato e ao mesmo tempo pelo PSDB”.

Aécio Neves foi flagrado em conversa com o empresário Joesley Batista pedindo R$ 2 milhões para ajudar a custear despesas com a defesa em inquéritos na Operação Lava Jato.

Doria destacou que o melhor para o partido seria que o senador Tasso Jereissati, que assumiu a presidência do partido interinamente em maio, se tornasse o presidente efetivo.

Ele defendeu também a realização de uma convenção nacional, até maio do próximo ano, para eleição não só de um novo presidente como de toda a executiva do PSDB, dando espaço inclusive para prefeitos e governadores.

Segundo o prefeito João Doria, o balanço dos seis primeiros meses de gestão é positivo. “"Fizemos o que tínhamos e o que podíamos fazer em seis meses de muito trabalho e dedicação com programas amplos de bom resultado na área da saúde, na educação, zeladoria urbana, assistência social", disse Doria.

Cotado para 2018, prefeito

tenta vender a gestão

A declaração de João Doria foi feita durante entrega das obras de restauração dos Arcos da Rua Jandaia, conhecidos popularmente como Arcos do Jânio, na Boa Vista, região central da capital paulista. O conjunto de arcos é tombado como patrimônio histórico da cidade e, com a obra, retornou às suas características originais, com tijolos de calcário aparentes. Antes da obra o local estava decorado com grafites.

Os arcos se constituem de um muro de arrimo feito para conter a encosta da Rua Jandaia, no bairro da Bela Vista, entre 1908 e 1913, composto por 21 módulos, em arcos separados por pilastras. O muro preenche o desnível existente entre as ruas Assembleia, na sua base, e Jandaia, alcançando cerca de onze metros em seu ponto mais alto.

Segundo informações da prefeitura, em 2015, após uma ação popular, o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) contratou arquitetos e historiadores para fazerem um parecer técnico sobre a composição dos Arcos. Com base nesse parecer, o DPH criou um projeto de restauro, que foi encaminhado para análise do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Conpresp). Com a aprovação, em março de 2016, foi aberto o processo de licitação para contratar a empresa que fez a obra.

O investimento total do restauro foi R$ 791.011,04, com recursos financiados pelo Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural e Ambiental Paulistano (Funcap), cujas receitas são de dotação orçamentária, doações, legados, rendimentos provenientes da aplicação de seus recursos e, principalmente, das multas aplicadas aos proprietários que descumprem as normas de proteção ao patrimônio histórico, cultural e ambiental estabelecidas na legislação vigente.

Ex-ministro de Temer é preso na Bahia

O ex-ministro Geddel Vieira Lima foi preso na tarde desta segunda-feira, 3, pela Polícia Federal durante uma ação na Bahia. A prisão preventiva foi pedida pela PF e pelos integrantes da Força-Tarefa da Operação Greenfield, a partir de informações fornecidas em depoimentos do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva, sendo os dois últimos em acordo de colaboração premiada.

Segundo o Ministério Público Federal, Geddel vinha tentando atrapalhar as investigações, atuando para evitar que Lúcio Funaro e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), ambos presos na Lava Jato, negociassem acordo de delação premiada.

Há menos de duas semanas o ex-ministro entregou seu passaporte e colocou seu sigilo bancário à disposição do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), com o objetivo de evitar a prisão.

O ex-ministro foi citado mais de uma vez na delação premiada dos executivos do grupo empresarial J&F, que deu origem à investigação contra Temer. Segundo os depoimentos, ele seria o intermediário nas negociações com o presidente até o momento em que foi afastado da articulação do governo no Congresso. Apesar disso, ele não figura como investigado no inquérito.

Geddel Geddel deixou o governo em novembro do ano passado, após ser denunciado de pressionar o então ministro da Cultura Marcelo Calero para que o Iphan liberasse a construção de um prédio em região tombada de Salvador.

Quando deixou o governo, Geddel teria sido substituído pelo ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) para tratar de assuntos pessoais de Temer, entre eles, o do episódio que veio à tona na delação da JBS, no dia 17 de maio. Loures foi filmado recebendo do executivo Ricardo Saud, da JBS, uma mala com R$ 500 mil. O suborno seria apenas uma das parcelas de um pagamento que soma mais de R$ 600 milhões, segundo a PF, para atender a interesses da empresa junto ao governo.

Preso pela PF, Loures fazia também a mediação entre Temer e o dono da JBS. Numa das gravações feitas pelos investigadores, o ex-deputado do PMDB marca o encontro que ocorreria em março no Palácio Jaburu entre o presidente e o empresário. No encontro, Temer disse a Joesley Batista que Loures era homem de sua confiança.

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