BRASÍLIA - Em decreto publicado ontem mo Diário Oficial da União (DOU), o presidente Michel Temer criou a Delegação Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em Roma. O decreto é assinado também pelo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes.
Seguindo as regras do Decreto 8.817/2016, o chefe da delegação será nomeado pelo presidente da República, com o título de embaixador, após aprovação pelo Senado Federal.
Entre as prioridades da FAO estão a busca da segurança alimentar, além do combate à fome e à pobreza, o desenvolvimento agrícola, a melhoria da nutrição e o acesso de todas as pessoas, em todos os momentos, aos alimentos necessários para uma vida saudável.
O organismo internacional fornece a todos os países oportunidade para se reunirem, discutirem ou formularem políticas relacionadas com agricultura e a alimentação. Formula normas internacionais, facilita o estabelecimento de convênios e acordos e organiza conferências, reuniões técnicas e consultorias de especialistas.
Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo, graças em grande parte à produtividade, que tem crescido 4% ao ano, desde 1975. De pequenos a grandes produtores, empregam um a cada cinco trabalhadores e respondem por mais de 20% do nosso Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país).
Fome no mundo
A FAO fez um alerta ontem na abertura de sua 40ª. Conferência, em Roma, sobre o preocupante aumento do número de pessoas com fome no mundo desde 2015, ameaçando vários anos de progresso na área. A FAO ainda não pode precisar o número exato deste acréscimo, mas indica que terá os resultados em setembro. A informação é da ONU News.
Em seu discurso na abertura da conferência, nesta segunda-feira, o diretor-geral da agência das Nações Unidas, o brasileiro José Graziano da Silva, disse que quase 60% das pessoas que passam fome no mundo vivem em áreas de conflitos e afetadas por mudanças climáticas.
Graziano contou que os 19 países em situação de crise quase sempre enfrentam também problemas com secas e/ou cheias. A FAO destacou o alto risco de fome no nordeste da Nigéria, na Somália, no Sudão do Sul e no Iêmen, com quase 20 milhões de pessoas severamente afetadas no total.
O diretor-geral da agência da ONU informou que os meios de subsistência da maioria das pessoas que vive em zonas rurais foram interrompidos e muitos ficaram sem qualquer opção a não ser migrar por causa da crise.
Segundo Graziano, o compromisso internacional para acabar com a fome é fundamental, mas a questão só será realmente resolvida quando governos transformarem as promessas em ações concretas em níveis local, regional e nacional. Ele afirmou que a paz é vital para acabar com a crise, mas quem tem fome não pode esperar a chegada da paz.
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