Estrangeiros

Itália ameaça bloquear seus portos diante de onda migratória

O representante italiano na União Europeia entregou uma carta ao comissário europeu para as Migrações salientando como a chegada em massa de migrantes nos últimos dias gerou uma situação "insustentável"

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

ROMA - A Itália ameaçou ontem impedir a entrada em seus portos de navios com bandeira estrangeira que transportam migrantes resgatados no Mediterrâneo, como resposta à onda incontrolável de chegadas, informaram nesta quarta-feira fontes do governo. "Não se pode continuar assim", assegurou à AFP uma fonte próxima ao governo.

O representante da Itália na União Europeia (UE), Maurizio Massari, se reuniu em Bruxelas com o comissário europeu para as Migrações, Dimitri Avramopoulos, para entregá-lo uma carta na qual a Itália explica que, com a chegada em massa de migrantes nos últimos dias, "a situação se tornou intratável".

Cerca de 10.200 migrantes foram resgatados entre domingo e terça-feira na costa da Líbia, 5.000 somente na segunda-feira, segundo dados oficiais.

A Guarda Costeira italiana, que coordena as operações de resgate no Mediterrâneo, explicou que inúmeros barcos estrangeiros, vários deles fretados por organizações não governamentais, participam destas operações.

Portos

Os migrantes são transportados a portos italianos, de onde costumam ser divididos nos vários centros de acolhida da península, que estão saturados. "Se continuarmos assim, a situação ficará muito difícil de lidar, mesmo em um país grande e generoso como o nosso", reconheceu o presidente da República, Sergio Mattarella, que está no Canadá.

A Itália se queixa há vários anos sobre a política passiva da União Europeia (UE) diante da grave crise migratória causada pelos conflitos no Oriente Médio e na África.

As autoridades da Itália pedem à UE maior solidariedade visando um fenômeno que atinge todos os países e, em particular, os que estão mais ao sul.

Segundo o Ministério do Interior da Itália, 73.000 migrantes chegaram ao país desde o início do ano, mais de 14% em relação ao mesmo período em 2016.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), pouco mais de 2.000 pessoas morreram ou desapareceram ao longo de 2017 na tentativa de cruzar o Mediterrâneo.

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