TEA

Autismo pode aparecer nos primeiros meses de vida

Pais devem estar atentos a possíveis sinais, como olhar perdido e inquietação persistente, e procurar um médico para diagnóstico; tratamento fica a cargo de equipe multidisciplinar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Falta de interação com as pessoas e olhar perdido são indícios  do TEA
Falta de interação com as pessoas e olhar perdido são indícios do TEA (autismo)

Buscar tratamento para o autismo o mais cedo possível favorece o desenvolvimento da comunicação e da interação dessas pessoas com o meio. Tão relevante quanto isso é saber identificar indícios desta condição de transtorno desde os primeiros meses e anos de vida, período em que o crescimento cerebral é mais acelerado e são desenvolvidos o seu bem-estar social, emocional e relacional.

O autismo (ou Transtorno do Espectro Autista, TEA), de um modo geral, é uma condição que ocasiona desordens no desenvolvimento cerebral, acarretando dificuldade na interação social e comportamentos repetitivos. Cada pessoa com esse transtorno tende a ser afetada em intensidades diferentes. Quando presentes desde o nascimento, os indícios podem ser notórios ou mais sutis, tornando-se mais visíveis ao longo do tempo.

“É possível perceber, já nos primeiros meses de contato com o bebê, a presença de algum indicativo do autismo. É necessário observar a maneira como o bebê interage com as pessoas ao seu redor”, diz a psicóloga e pedagoga Duda Mussalém, diretora do Instituto Duda Mussalém. “No geral, a criança não responde socialmente aos estímulos e isso já vai dando sinais de autismo”.

Variações

Só que os sinais não são uniformes, podendo apresentar variadas facetas: o olhar perdido - inclusive na hora da amamentação, em vez de fitar os olhos na mãe; o choro quase ininterrupto ou uma inquietação persistente; apatia exagerada e contínua, a ponto de aceitar o colo de qualquer pessoa, sem mostrar desconforto; incômodo exacerbado com o toque e alguns sons são alguns indícios do TEA.

Outros casos mais aparentes, em crianças mais velhas, podem ser a ausência de fala, aparente surdez e os chamados movimentos pendulares estereotipados de tronco, mãos e cabeça, os movimentos de “vai e vem” repetitivos do corpo.

Por isso a importância do diagnóstico, que é clínico e fica a cargo do médico, que pode também se valer de exames laboratoriais. Já o tratamento envolve um programa de intervenções multidisciplinares, com orientação familiar e atuação de profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos e fisioterapeutas.

“Quanto mais cedo estes indícios forem identificados e as intervenções iniciadas, tem-se mais chance de progressos com respeito às relações afetivas, a autonomia, atividades diárias e motoras”, comenta Duda Mussalém. “O diagnóstico do autismo não é uma sentença de morte para a criança e nem uma circunstância incontrolável para a família”, finaliza.

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