Paixão

De mutuca a Pai Francisco:conheça a história de Márcio Alencar

O decorador e produtor de eventos Márcio Alencar acompanhou por muitos anos o Boi de Nina Rodrigues nas noites de São João, até que um belo dia, foi convidado para participar do grupo, como um dos personagens principais do auto do bumba meu boi

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Pai Francisco e Mãe Caritina do Boi de Ninas Rodrigues
Pai Francisco e Mãe Caritina do Boi de Ninas Rodrigues

Depois de anos atuando como mutuca do Boi de Nina Rodrigues (seguidor do grupo nas noites de São João), o decorador e produtor de eventos Márcio Alencar Abreu avançou no contexto cultural e assumiu o papel de Pai Francisco na manifestação. Há 10 anos na função, a história de amor dele com o Nina é mais antiga e perdura há quase três décadas.

Criativo, animado e engajado, Márcio Alencar não poderia ter sido melhor escolha para viver o personagem principal do auto do bumba meu boi, ao lado da amada Catirina, conforme conta a história da esposa do vaqueiro que, grávida, teve desejo de comer a língua do boi-xodó da fazenda. Ele passou anos “correndo” atrás do boi pelos arraiais da cidade. Era um admirador, até que foi convidado para fazer parte, assumindo o papel de Pai Francisco.

Encarando uma maratona agitada de apresentações pelos arraiais de São Luís e interior do estado, a mutuca que virou Pai Francisco cresceu no Monte Castelo, bairro onde o grupo foi concebido. E emplacou na função. Márcio adora dançar e cortejar o público nos terreiros. São pelo menos quatro apresentações por noite e neste sábado, Dia de São João, o Boi de Nina Rodrigues estará em seis arraiais.

Participação intensa

“É muito bom vivenciar a nossa cultura e fazer o papel desse personagem. Nas apresentações, fazemos uma encenação rápida e resumida do auto, dependendo do terreiro”, conta ele, com satisfação.

Catirina, que dança ao lado de Márcio, é interpretada por Rickson Avelar. Os dois alimentam uma relação de amizade com todo o grupo. Márcio conta que começou como Pai Francisco por acaso. “Foi quando o rapaz que dançava não pôde comparecer em uma viagem que o boi faria e aí me chamaram para assumir o cargo. Desde então, participo dessa festa de maneira mais intensa e não perco um ano”, diz.

O Pai Francisco confessa que a coreografia é bastante cansativa, mas ainda assim não perde o entusiasmo e sabe que tem uma função importante no corpo de baile, ao lado de índias e vaqueiros e da presidente da manifestação, Concita Braga. Quando não está se apresentando, o produtor e decorador empresta seu talento para ambientar a sede do grupo, no Monte Castelo. Este ano, ele montou inclusive um altar para São João. Além disso, comanda uma festa junina em parceria com amigos na Rua 1º de Janeiro.

Decoração

Márcio Alencar é dinâmico e trabalha como decorador de eventos os mais diversos. A técnica ele aprendeu com o também decorador Roberval Braga, com quem trabalhava no início da carreira. Nesta época junina, é bastante requisitado para ambientar espaços e levar a sua marca. O trabalho é prazeroso, segundo ele. “É quando a gente pode exercitar a criatividade. No São João, melhor ainda, pois é uma festa que eu gosto com a qual tenho tudo a ver”, revela.

O produtor é apaixonado por cultura e um de seus sonhos é colocar em prática um projeto de uma noite cultural no Monte Castelo, mas antes do São João, contemplando diversos grupos folclóricos, numa noite de confraternização e preparação para a festa maior.

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