Denúncia

CIA alertou Obama que Putin tentou ajudar Trump com ataque hacker

De acordo com The Washington Post , o serviço de inteligência dos Estados Unidos teria apurado que o presidente russo havia mandado hackear o Partido Democrata para prejudicar a candidata Hillary Clinton

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos apurou ação de Putin
Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos apurou ação de Putin (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos apurou ação de Putin)

WASHINGTON - A CIA, o serviço de inteligência dos Estados Unidos, teria apurado em agosto de 2016 que o presidente russo Vladimir Putin havia mandado hackear o Partido Democrata para prejudicar a candidata democrata Hillary Clinton e ajudar o republicano Donald Trump. A informação foi relatada em uma reportagem do jornal norte-americano The Washington Post desta sexta-feira,23, que salientou como a CIA teria alertado o então presidente Barack Obama sobre esse ataque hacker.

As suspeitas contra a Rússia já existiam desde julho de 2016, quando mensagens do Partido Democrata foram difundidas pelo WikiLeaks na véspera da convenção partidária.

Mas só agora o Washington Post revelou que o serviço de inteligência dos Estados Unidos alertou a Casa Branca vários meses antes de Washington acusar publicamente, em 7 de outubro de 2016, o alto escalão do governo russo de ter fomentado a pirataria eletrônica.

E foi só em janeiro de 2017 que os Estados Unidos acusaram nominalmente o presidente russo de tentar desestabilizar o sistema eleitoral americano para reduzir as chances de Hillary e ajudar o republicano Trump.

Em agosto do ano passado, de acordo com a reportagem, Obama armou uma força-tarefa na Casa Branca em segredo, demandando que os serviços de inteligência e segurança obtivessem o máximo de informações possível e fizessem uma lista de potenciais represálias, desde sanções econômicas até ataques cibernéticos.

Advertência

Segundo o Post, além da advertência feita por Obama diretamente a Putin em uma reunião na China, em setembro, o diretor da CIA John Brennan telefonou, em 4 de agosto, para seu colega no serviço de inteligência russo, Alexander Bortnikov, dando-lhe uma advertência. Em 31 de outubro, uma mensagem foi enviada para Moscou por um canal seguro para avisar que qualquer interferência na eleição de 8 de novembro seria inaceitável.

Mas Obama ficou receoso de reagir antes das eleições por medo de que a Rússia afetasse a votação e que essas ações fossem interpretadas politicamente pelos republicanos como manipulação da eleição.

Só em 29 de dezembro Obama autorizou as sanções: a expulsão de 35 espiões russos, o fim das residências diplomáticas russas nos Estados Unidos e sanções econômicas contra os serviços secretos russos.

Em segredo, o presidente democrata também autorizou uma delicada operação conjunta entre CIA, NSA e o comando cibernético americano: a implantação de um código de malware na infraestrutura russa que poderia ser ativado no caso do aumento das tensões.

Sendo o Post, não há nenhuma indicação de que esta ordem de Obama tenha sido cancelada por seu sucessor, Trump.

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