Educação

Inep: Maranhão é um dos estados com maior taxa de evasão escolar

Os dados são relativos a três séries do Ensino Médio; levantamento foi divulgado essa semana e as informações estão presentes no Censo Escolar 2014 / 2015

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Inep avaliou a situação de evasão escolar no ensino médio do Maranhão
Inep avaliou a situação de evasão escolar no ensino médio do Maranhão ( Inep avaliou a situação de evasão escolar no ensino médio do Maranhão)

SÃO LUÍS - O Maranhão está entre os oito estados brasileiros onde mais foi registrada evasão escolar ao longo das três séries do ensino médio. Os dados constam em uma pesquisa divulgada essa semana pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e levam em consideração as informações presentes no Censo Escolar 2014 / 2015.

De acordo com o levantamento, 13% dos alunos matriculados nas três séries do ensino médio no Maranhão da rede pública de ensino abandonaram os estudos sem concluí-los. Ainda de acordo com os dados, o maior percentual de evasão está na 2ª série com uma taxa de 15,1%; seguido pela 1ª série, com uma taxa de 14,5%; e a 3ª série com taxa de 8,3%.

Os estados do Piauí, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte também apresentaram a mesma taxa de 13% de evasão escolar no ensino médio. O estado do Pará é o que apresentou a maior taxa de evasão com 16%, seguido por Mato Grosso e Alagoas, cada um com uma taxa de 14%.

Os estados com a menor taxa de evasão escolar no ensino médio são o Paraná e Roraima, cada um com 9%. Em todo o Brasil, a taxa de evasão é de 11%, ou seja, a taxa no Maranhão (13%) é superior aos números nacionais.

Já no ensino fundamental, o percentual de evasão é menor, mas, ainda sim, é preocupante. De acordo com a pesquisa do Inep, a taxa de evasão é de 5,6%, levando em consideração todas as nove séries do ensino fundamental. Analisando especificamente cada série, observa-se a maior taxa de evasão está no 9º ano, com um percentual de 12% de evasão.

Causas

De acordo com a pedagoga Janicelma Fernandes de Sousa, que é presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA), são três os principais fatores que levam as crianças a deixarem os estudos: as condições socioeconômicas das famílias, as condições das escolas, e os currículos.

“As famílias não conseguem manter os filhos na escola e essa situação interfere diretamente”, explicou. Ela afirmou ainda que a maior parte das escolas não são atrativas, como observado em outros estados, e isso faz com que os jovens se afastam do ambiente escolar. Os saberes aplicados diariamente nas salas de aula, diferente da realidade dos alunos fora da escola, também contribuem para a situação.

Para mudar essa realidade, Janicelma Fernandes chamou atenção para a necessidade da criação das escolas de tempo integral. “Além disso, a médio e longo prazo, é importante melhorar as condições de emprego e renda das famílias e, ainda, implementar políticas públicas de lazer, cultura a saúde”, destacou.

Por meio de nota, o Governo do Estado informou que o governador Flávio Dino instituiu o Programa Mais IDEB, que consiste em um conjunto de ações articuladas para a melhoria dos indicadores educacionais no estado com foco na formação continuada dos professores, acompanhamento do rendimento escolar e da aprendizagem.

Entre as ações do Mais IDEB, em curso, estão: as melhorias nas instalações das escolas, formação de professores, realização de concursos públicos e ampliação de jornada de professores, alinhamento curricular da rede estadual, acompanhamento das frequencias estudantis, entre outras.

Brasil

Em todo o país, os dados revelam que 12,9% e 12,7% dos alunos matriculados na 1ª e 2ª série do ensino médio, respectivamente, evadiram da escola de acordo com o Censo Escolar entre os anos de 2014 e 2015. O 9º ano do ensino fundamental tem a terceira maior taxa de evasão, 7,7%, seguido pela 3ª série do ensino médio, com 6,8%. Considerando todas as séries do ensino médio, a evasão chega a 11,2% do total de alunos nessa etapa de ensino.

A série histórica revela, em todas as etapas de ensino, uma queda progressiva na evasão escolar de 2007 a 2013, mas o comportamento se altera em 2014, quando as taxas aumentam. A evasão é maior nas escolas rurais, em todas as etapas de ensino. O Pará tem a mais alta taxa de evasão em todas as etapas de ensino, chegando a 16% no ensino médio.

A migração para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é mais expressiva ao final do ensino fundamental, quando chega a 3,2% e 3,1%, no 7º e 8º ano, respectivamente. Em relação à rede de ensino, a migração é maior na rede municipal dos anos finais do ensino fundamental, quando alcança uma taxa de 3,8%. Já no ensino médio, a migração é mais expressiva na rede estadual de ensino, com 2,4%.

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Mais

Os indicadores de fluxo escolar na educação básica foram divulgados, pela primeira vez, pelo (Inep) e Ministério da Educação com base em uma metodologia de acompanhamento longitudinal da trajetória dos estudantes.

Os números inéditos representam um avanço no monitoramento da educação e na condução das políticas públicas e só foram possíveis a partir da metodologia de coleta de dados individualizados, adotada pelo Censo Escolar desde 2007, e que permitiram um acompanhamento do estudante ao longo de sua trajetória escola. Uma das principais contribuições é a possibilidade de acompanhar os indicadores de todo o território nacional.

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