Prevenção

Anunciada vacinação contra HPV para meninos de 11 a 15 anos

Com inclusão desses adolescentes, governo prevê imunização de 3,3 milhões de pessoas a mais em 2017

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38

BRASÍLIA - O Ministério da Saúde anunciou ontem a ampliação na oferta de vacina contra HPV para meninos de 11 a 15 anos incompletos (até 14 anos, 11 meses e 29 dias). A medida tem o objetivo de aumentar a cobertura da vacina em adolescentes do sexo masculino. Atualmente, a vacina contra a doença já é disponibilizada em meninos de 12 e 13 anos. Até 2016, o foco da campanha eram as meninas.

Segundo a pasta, a inclusão do novo grupo equivale a 3,3 milhões de adolescentes. A meta para 2017 é vacinar 80% dos 7,1 milhões de meninos de 11 a 15 anos e das 4,3 milhões de meninas entre 9 e 15 anos. A inclusão dos meninos contribuirá para o aumento da proteção de meninas.

“Nós temos que cuidar da imunização das nossas crianças, porque as estatísticas e estudos internacionais demonstram que, de fato, a vacina ajuda a reduzir os casos de câncer [genital] nessas pessoas imunizadas. Então, é mobilizar a sociedade e imunizar as pessoas”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

A nova oferta também incluirá a cobertura de homens e mulheres transplantados e pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia. A medida inclui ainda cerca de 200 mil crianças e jovens, de ambos os sexos, de 9 a 26 anos vivendo com HIV/Aids.

Desde 2014, foram imunizadas 5,3 milhões de meninas de 9 a 15 anos com as duas doses da vacina contra o vírus HPV. Esse total corresponde a 45,1% do total dessa faixa etária.

As secretarias estaduais de saúde do país foram informadas sobre a ampliação da faixa etária e as doses já estão disponíveis nos postos. "A inclusão de meninos proporciona a proteção indireta das meninas", disse a coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações, Carla Magda Domingues.

Além dessa mudança, meninas que chegaram aos 15 anos sem receber as duas doses da vacina contra HPV poderão receber a imunização. Pacientes oncológicos e transplantados de 9 a 26 anos também passaram a compor o público-alvo da imunização.

Para alcançar a meta de imunização e incentivar a vacinação de crianças e adolescentes, o Ministério da Saúde fez uma parceria com o Ministério da Educação por meio do Programa Saúde na Escola. A proposta, de acordo com a pasta, é que os estudantes apresentem, durante o processo de matrícula, a caderneta de vacinação e as instituições comuniquem o sistema sobre as doses prioritárias.

Prevenção

A vacina contra o HPV contribui para redução da incidência do câncer de colo de útero e vulva nas mulheres. A imunização também previne câncer de pênis, ânus, verrugas genitais, boca e orofaringe.

Pesquisa realizada nos Estados Unidos, onde há vacinação desde 2006, apontou redução de 88% da infecção oral por HPV. Estudo realizado com homens de 18 a 70 anos do Brasil, México e Estados Unidos, aponta que os brasileiros têm mais infecção por HPV que mexicanos e norte-americanos, com índices de 72% no Brasil, 62% no México e 61% nos Estados Unidos. A pesquisa apontou ainda que a incidência de câncer do pênis no país é três vezes maior que entre os norte-americanos.

MAIS

VACINAÇÃO CONTRA O HPV

- Quem podia se vacinar antes

Meninas de 9 a 15 anos e meninos de 12 a 13 anos. Pessoas de 9 a 26 anos com HIV/aids.

- Quem poderá se vacinar agora

- Meninas de 9 a 15 anos, meninos de 11 a 15 anos e pacientes com HIV/aids, oncológicos e transplantados de 9 a 26 anos

Fonte: Ministério da Saúde

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