A República em Marcha (REM), partido recém-fundado pelo novo presidente da França, Emmanuel Macron, deve angariar entre 430 a 460 assentos do total de 577 cadeiras da Assembleia Nacional, diz uma pesquisa publicada na sexta-feira pelo instituto Odoxa sobre o segundo turno no país, marcado para hoje.
Caso se confirme, a projeção dá ao partido do presidente com cerca de 77% dos assentos. O restante ficaria dividido entre as legendas de direita, notadamente o a coalizão liderada pelo partido Os Republicanos, do candidato François Fillon (entre 70 e 75 deputados) e os partidos de esquerda - cerca de 31 para a aliança liderada pelo Partido Socialista do ex-presidente François Hollande.
A Frente Nacional, da ex-candidata de extrema-direita Marine Le Pen, por sua vez, disputa entre um e seis lugares na Câmara Baixa do Parlamento francês.
A disposição de uma maioria esmagadora, no entanto, pode mascarar "grandes fragilidades", afirmou o presidente do instituto, Gaël Sliman. Se por um lado, o REM pode ficar com assentos o suficiente para ficar indiferente mesmo ao posicionamento de seu aliado, o modem (que deve eleger cerca de 50 deputados), por outro, a qualidade dos eleitos pode trazer embaraços futuros ao presidente.
É provável que o partido "não tivesse como objetivo um número tão grande de eleitos", diz Sliman no relatório do Odoxa, o que faz com que muitos possam não reunir o necessário para o cargo. Esses candidatos "vão estar em situação de votar leis e explicar aos meios de comunicação suas opções em assuntos complexos, bem como se defender de possíveis investigações sobre seu passado profissional e pessoal".
Somado a esse fator, está a realidade de que a eleição possa não representar a vontade do eleitor francês mediano. "Com uma abstenção recorde de 50% a 56%, nossos cidadãos terão simplesmente "deixado acontecer" um tsunami ao qual não se sentem parte". Na mesma pesquisa, seis em cada dez entrevistados afirmaram que não gostariam de ver o En Marche! receber uma grande maioria na Assembleia..
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