Eleição direta

''Tropa de choque'' do governo obstrui sessão da Câmara que discute PEC das Diretas

Sessão da CCJ ocorrerá ainda nesta terça-feira, 13, mesmo com o protesto dos deputados aliados do Palácio do Planalto

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Proposta de Miro Teixeira prevê que em caso de vacância na Presidência da República, novo presidente deve ser escolhido por eleição direta
Proposta de Miro Teixeira prevê que em caso de vacância na Presidência da República, novo presidente deve ser escolhido por eleição direta (Miro Teixeira)

Brasília - Com obstrução dos governistas, começou nesta terça-feira, 13, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara a reunião exclusiva para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece eleições diretas. De autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), a PEC propõe eleições no caso de vacância da Presidência da República, exceto nos seis últimos meses do mandato.

Governistas desavisados que vinham marcar presença eram orientados por assessores a não registrá-la, o que levou a sessão a um atraso de 45 minutos por falta de quórum. Deputados da base aliada menos alinhados com o Palácio do Planalto registraram presença, assim como os membros da "tropa de choque" do governo, que abriram a sessão em obstrução, com uma série de requerimentos para retardar o andamento dos trabalhos.

Com receio de não ter votos suficientes para barrar a PEC, os governistas não estão permitindo que os debates sobre o tema avancem. "O governo obstrui o debate assumidamente", reclamou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

A oposição veio munida de placas de protesto com os dizeres: "Vampiro teme a luz, corrupto teme diretas", "fujões apareçam para o debate" e "governistas fogem do debate!".

O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) acusou os governistas de não permitirem a participação popular numa eventual escolha do substituto de Michel Temer. Em um duro discurso, Molon destacou que o governo faz chantagem com o PSDB, usando a possibilidade de cassação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para manter o aliado. "É um governo mentiroso e covarde, além de corrupto", afirmou.

Em nome da base governista, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), pregou a importância de se manter a governabilidade. "Nós precisamos voltar à normalidade da vida nacional", disse.

Desde que a crise política se agravou com a divulgação da delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS, a oposição tenta votar a PEC na CCJ. Sob pressão dos oposicionistas, o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), cedeu e marcou a sessão exclusiva para hoje, contrariando os governistas.

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