Chapa Dilma-Temer

Para aliados, absolvição de Temer no TSE dá fôlego ao peemedebista

Já membros da oposição ao presidente da República acreditam que a crise política ainda não passou e pode resultar no afastamento a pedido da Justiça

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Temer teve vitória no TSE e aliados avaliam que governo ganhou fôlego.
Temer teve vitória no TSE e aliados avaliam que governo ganhou fôlego. (Michel Temer)

BRASÍLIA - Deputados da base do governo disseram que a absolvição da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer na eleição presidencial de 2014, por 4 votos a 3, dá mais força ao governo Temer. Para a oposição, no entanto, o clima de crise política permanece.
Na sexta-feira, 9, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolveu a chapa vitoriosa, após uma semana de julgamento – retomado na terça-feira, 6. O relator do caso, ministro Herman Benjamin, pediu a cassação da chapa em seu voto, por abuso de poder político e econômico, mas foi seguido por apenas dois ministros.
A ação contra a chapa Dilma-Temer foi apresentada pelo PSDB, que apontou abuso de poder político e econômico e, com base na Operação Lava Jato, acusou a campanha de Dilma e Temer de ter sido abastecida com dinheiro de propinas.
Segundo o deputado Mauro Pereira (RS), vice-líder do PMDB, a decisão vai gerar mais tranquilidade para os investidores internacionais. “É isso que nós precisamos, de estabilidade na economia, de segurança jurídica e que todos cumpram suas partes: o Judiciário, o Executivo e o Legislativo”, disse.
Pereira afirmou que o resultado ajudará a base aliada a se unir e “melhorar ainda mais” para continuar as votações das propostas do governo.
O líder do PSDB, deputado Ricardo Tripoli (SP), afirmou que o resultado apertado reflete a situação atual do país. Ele disse que o partido deve se reunir nos próximos dias para avaliar se permanece ou não na base do governo. “Vamos monitorar os acontecimentos. Não podemos jogar o país em uma aventura, mas também não podemos ser solidários com algumas atitudes que têm ocorrido no Brasil”, declarou.

Oposição
O líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), reconheceu que a decisão do TSE dá um “fôlego” ao governo Temer. Mas, segundo ele, o Executivo federal continua acuado. “Nós vamos continuar vivendo um clima de crise. O Brasil não saiu da crise por conta dessa decisão”, disse.
Zarattini disse que a votação reflete o discurso do PT de que não houve nenhuma irregularidade da chapa Dilma-Temer na campanha de 2014. “Isso, de forma alguma, isenta o governo de atos realizados pelo presidente Michel Temer durante a gestão”, afirmou o líder petista.

Condução do julgamento
Para o líder do PSOL, deputado Glauber Braga (RJ), o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, não poderia ter conduzido o julgamento por ser amigo pessoal de Temer, o que comprometeria a imparcialidade no caso.
“A gente esperava um resultado de um julgamento justo. Mas como ter um julgamento justo com um Gilmar Mendes presidindo e trabalhando como parte e não como magistrado?”, questionou.
Glauber Braga afirmou que pressionará deputados da base aliada a votar a favor de uma eventual denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer. “E agora a gente vai ter que expor aqueles deputados que estão servindo como base de apoio à continuidade ilegítima desse programa”, disse.

A gente esperava um resultado de um julgamento justo. Mas como ter um julgamento justo com um Gilmar Mendes presidindo e trabalhando como parte e não como magistrado?”, Glauber Braga, deputado federal do PSOL

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