TSE

Sessão no TSE é interrompida sem que ministro se posicionem sobre uso de delações nas ações

Presidente do tribunal, Gilmar Mendes,m interrompeu sessão para o almoço antes que os ministros decidissem se as delações da Odebrecht serão usadas ou não nos processos da Chapa Dilma-Temer

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Julgamento deverá ser retomado após às 14h
Julgamento deverá ser retomado após às 14h (TSE)

Brasília - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, suspendeu para um intervalo de almoço, no início da tarde desta quinta-feira, 8, o julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer sem que os ministros tivessem decidido se os depoimentos no processo de executivos da empreiteira Odebrecht.

Ao longo de quase três horas e meia, os ministros do TSE debateram se o conteúdo dos depoimentos dos executivos da construtora Odebrecht deveria ser excluído do julgamento que analisa a cassação do mandato de Temer e a inelegibilidade de Dilma.

As informações da empreiteira embasaram parte do voto do relator da ação, ministro Herman Benjamin.

O descarte das provas obtidas por meio dos depoimentos de executivos da empreiteira havia sido solicitado pelas defesas do PT e do PMDB.

Até o momento, além do relator da ação, já sinalizaram que irão votar a favor da manutenção no julgamento das provas da Odebrecht os ministros Luiz Fux e Rosa Weber.

Por outro lado, o presidente da Corte, Gilmar Mendes, e os ministros Napoleão Maia, Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira deram indicativos de que irão se manifestar pelo descarte das delações da Odebrecht na análise da ação de cassação. Ainda não houve uma votação formal para definir o assunto.

Um dos delatores da Lava Jato, o empresário Marcelo Odebrecht confirmou, em março, ao relator da ação contra a chapa Dilma-Temer que a construtora doou R$ 150 milhões à campanha presidencial do PT e do PMDB na eleição de 2014. Parte deste valor, contou o delator, foi pago no exterior ao marqueteiro João Santana,

Ele já havia revelado a mesma informação aos investigadores da Lava Jato em um de seus depoimentos de delação premiada.

À época, Marcelo Odebrecht não esclareceu quanto foi repassado por meio de caixa 2 ou propina. O empresário explicou apenas que, dos R$ 150 milhões repassados à chapa, R$ 50 milhões eram contrapartida pela aprovação da medida provisória do Refis, que beneficiou o grupo Odebrecht.

Os defensores de Dilma e Temer questionaram a inclusão dos depoimentos dos executivos da Odebrecht na ação apresentada pelo PSDB, em 2014, pedindo a cassação da chapa vencedora da eleição presidencial. Para os advogados de defesa, o fato de o relator do caso ter usado os relatos dos dirigentes da empreiteira em seu parecer extrapolou o que era pedido na ação inicial do PSDB.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.