Mudança na paralisação

Greve de rodoviários é adiada para terça-feira

Segundo categoria, empresas demoraram a ser notificadas; hoje, sindicato empresarial do setor deverá ingressar judicialmente, requerendo frota mínima

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Paralisação dos rodoviáiros deve ser iniciada somente na terça-fera, 13, na região metropolitana
Paralisação dos rodoviáiros deve ser iniciada somente na terça-fera, 13, na região metropolitana (ônibus)

SÃO LUÍS - Ao contrário do que foi divulgado pelos rodoviários na segunda-feira, 5, quando foi anunciada a paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus da Região Metropolitana para o próximo dia 12, os trabalhadores deverão cruzar os braços apenas na terça-feira, 13. A alegação oficial do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Maranhão (Sttrema) foi “falta de tempo hábil” para notificar as empresas sobre a paralisação, o que foi feito de forma oficial apenas no fim da manhã de ontem.

Ainda de acordo com a direção da entidade, conforme orientação jurídica, é necessário aguardar pelo menos 72 horas (hoje, amanhã e a próxima segunda-feira) para a deflagração do movimento grevista. A direção do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Maranhão (SET), ao tomar ciência da nova data da greve, informou que ingressará hoje judicialmente solicitando a circulação de frota mínima de coletivos na Grande Ilha, no dia da paralisação.

Caso a Justiça acolha o pedido do SET, esta seria a segunda vitória judicial das empresas em menos de duas semanas. No dia 1º deste mês, ao ser informado sobre a possibilidade de greve dos rodoviários que seria iniciada na última segunda-feira, 5 - e que foi suspensa pelos próprios rodoviários alegando nova rodada de negociações com os empresários - o SET requereu na Justiça do Trabalho a circulação de um percentual mínimo de coletivos. O pedido foi aceito, e foi determinado que 60% dos coletivos estivessem em funcionamento e, segundo a decisão, caso o Sttrema descumprisse a determinação, arcaria com o pagamento de multa de R$ 1 mil por hora.

Sem acordo
Até o início da noite de ontem, não houve novidade na negociação entre rodoviários e empresários. Enquanto a classe trabalhadora requere uma elevação de 13% nos vencimentos, os donos de empresas do transporte coletivo - ao contrário dos 2,5% divulgados na semana passada - sinalizaram com uma elevação nos salários dos motoristas e cobradores de 2%. Ao justificarem a diferença entre o percentual pedido pelos rodoviários e a contraproposta, os empresários afirmam que a ausência do reajuste das tarifas é a principal causa.

Na rodada de negociação entre empresários e trabalhadores na segunda-feira (5), realizada na sede da Superintendência Regional do Trabalho, em São Luís, a Prefeitura de São Luís informou que estudava a possibilidade de mudança nos preços das passagens de ônibus. De acordo com o próprio SET, após o procedimento licitatório do transporte, a cada mês de setembro o poder público pode analisar se modifica, ou não, os valores das tarifas. Os empresários querem que essa análise por parte da Prefeitura aconteça logo.

Prejuízos
Caso a paralisação aconteça, de acordo com o Sttrema, será por tempo indeterminado. Além das linhas da capital maranhense, os veículos que fazem rota nos municípios de Paço do Lumiar e São José de Ribamar também deverão aderir ao movimento.

Segundo dados do SET, atualmente 1.100 coletivos circulam somente na capital maranhense, com uma estimativa aproximada de 700 mil usuários dependentes do serviço de transporte coletivo.

A rodada de negociações salariais entre empresários e classe trabalhadora aconteceria em janeiro deste ano. A pedido do SET, os rodoviários modificaram o prazo e passaram as discussões para maio. Os empresários pediram uma suspensão nas negociações salariais até setembro, prazo dado para discussão do reajuste das tarifas de ônibus. O pedido foi prontamente negado pela direção do Sttrema.

NÚMEROS
700 mil
usuários dependem do sistema de transporte coletivo somente na capital maranhense;
1.100 coletivos circulam diariamente em São Luís;

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