Coletivos vão parar

Após recuo, rodoviários voltam a ameaçar fazer greve

Categoria não concordou com ausência de contraproposta de empresários, em reunião entre as partes realizada ontem à tarde, na Superintendência Regional do Trabalho

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Rodoviários não ficaram satisfeitos com o andamento da negociação, em reunião na Superintendência Regional do Trabalho, e anunciaram greve novamente
Rodoviários não ficaram satisfeitos com o andamento da negociação, em reunião na Superintendência Regional do Trabalho, e anunciaram greve novamente (reunião Sttrema)

SÃO LUÍS - Por falta de acordo entre os empresários do transporte coletivo e os rodoviários, pela segunda semana consecutiva motoristas e cobradores voltaram a anunciar um movimento de paralisação a ser deflagrado na próxima segunda-feira, 12. A decisão foi motivada, de acordo com os rodoviários, depois que a direção do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET) não apresentou uma contraproposta que atendesse aos anseios dos rodoviários em reunião realizada na tarde de ontem, na sede da Superintendência Regional do Trabalho, em São Luís.

Hoje, segundo a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (Sttrema), as empresas do setor serão notificadas da decisão, já que a categoria deflagrou estado de greve no dia 29 do mês passado, em assembleia realizada na sede da entidade, no Centro. Por lei, os rodoviários devem obedecer ao prazo estipulado de 72 horas para informar à população sobre a greve.

Os rodoviários já haviam aprovado um movimento grevista para ontem. No entanto, três dias antes de iniciar a greve, a categoria decidiu suspender temporariamente o movimento, atendendo a uma solicitação da Superintendência do Trabalho, que almejava selar um acordo entre as partes.

Reivindicações
Enquanto os rodoviários pedem aumento nos salários de 13%, os empresários informaram que, devido ao aumento nos custos do setor motivados por exigências feitas pelo Município após a aprovação da licitação do transporte (como a inclusão de veículos com ar condicionado), a elevação proposta neste momento aos trabalhadores não poderia ultrapassar os 2,5%.

Esta proposta foi totalmente rechaçada pelos rodoviários. “Esta greve somente acontecerá pela intransigência dos

Esta greve somente acontecerá pela intransigência dos empresários, que em nenhum momento respeitaram os trabalhadores”Isaias Castelo Branco, presidente do Sttrema

empresários, que em nenhum momento respeitaram os trabalhadores”, disse o presidente do Sttrema, Isaias Castelo Branco.

Para justificar a falta de acordo, os empresários alegaram que, além dos custos oriundos da licitação, atualmente as empresas destinam metade de suas arrecadações diárias com tarifas de usuários para pagamento de mão de obra. Segundo a classe empresarial, somente um reajuste nas passagens poderia viabilizar a elevação nos salários dos rodoviários.

A greve somente deverá ser suspensa caso haja uma reviravolta até a próxima sexta-feira, 9, na negociação entre rodoviários e empresários. A direção do Sttrema entende que, apesar desta possibilidade, é improvável que os donos das empresas ofereçam uma proposta que atenda às exigências dos trabalhadores.

Reajuste
O Município de São Luís admitiu, durante a reunião de ontem entre empresários e rodoviários, que a possibilidade de reajuste nas passagens seria discutida a partir de setembro deste ano.

O SET alega, inclusive, que este é um dos fatores para a carência nos cofres das empresas, o que, segundo os empresários, inviabiliza a elevação nos salários dos trabalhadores. A Prefeitura de São Luís, até o momento, não informou os percentuais de aumento.

Negociação se arrasta
Em fevereiro do ano passado, período escolhido para a discussão da data-base dos salários dos trabalhadores, os rodoviários voltaram a cruzar os braços. À época, a paralisação causou uma série de transtornos à população. Os motoristas e cobradores somente voltaram a trabalhar após receberam um adiantamento de 40% nos salários.

Para este ano, a promessa inicial era que a discussão sobre os salários aconteceria em janeiro deste ano. No entanto, a própria Prefeitura de São Luís teria solicitado a mudança da data para esta negociação.

Os rodoviários, por sua vez, alegam que a proposta para reajuste nos salários estaria “nas mãos” do SET desde o início do ano. Mas, segundo o Sttrema, em nenhum momento os empresários sinalizaram com qualquer proposta que fosse superior aos 2,5%.

Além de reajuste nos vencimentos, os rodoviários também querem elevação no ticket-alimentação que passaria para R$ 650,00.

Números

700 mil usuários dependem do transporte coletivo em São Luís
1.100 é a quantidade de coletivos atualmente na cidade

Fonte: Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET)

SAIBA MAIS

Após marcar o movimento grevista – que aconteceria ontem, 5 – a Justiça do Trabalho expediu parecer em que exigia dos rodoviários que mantivessem, mesmo durante a paralisação, pelo menos 60% da frota circulando normalmente. Caso a medida não fosse obedecida, haveria o pagamento de multa.

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