Morosidade

Atraso: fim de obra da Barragem do Bacanga só em agosto

Poucos funcionários estão trabalhando no canteiro de obras; serviços deveriam ser concluídos e fevereiro, mas foram adiados novamente

Leandro Santos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Máquinas estão paradas; poucos trabalhadores são vistos no local
Máquinas estão paradas; poucos trabalhadores são vistos no local (Barragem)

SÃO LUÍS - As obras de recuperação da Barragem do Bacanga, em São Luís, seguem a passos lentos. Os serviços deveriam ser concluídos em fevereiro, mas o novo prazo dado pelo Governo do Estado diz que todas as atividades serão finalizadas apenas em agosto. Com o novo atraso, haverá ainda mais prejuízos para os pescadores e danos ambientais.

Na manhã de sexta-feira, 2, O Estado esteve no canteiro de obras e observou a presença de poucos operários trabalhando nos serviços. Pescadores que trabalham na área também relataram que os serviços são executados lentamente e que, desde o início das obras, a captura dos peixes sofreu uma queda considerável. Ainda segundo eles, com a inoperância das comportas, não há circulação de água na reserva hidrográfica, o que contribui para a mortandade de peixes.

Além do atraso nos serviços, há o registro de dano ambiental no Lago do Bacanga, com o acúmulo de lixo às margens da reserva hidrográfica. No local, além de garrafas descartáveis, é possível observar objetos como baldes e até mesmo restos de comida.

Outro problema no local são as grades de ferro que formam o corrimão para os pedestres. As estruturas estão enferrujadas ao longo do seu comprimento e, em alguns pontos, elas já não mais existem, oferecendo riscos para as pessoas que passam pelo local.

Prazos
No projeto inicial, as obras estão previstas para serem concluídas no fim do ano passado, mas isso não aconteceu. Esgotado o prazo, a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Sinfra), responsável pela realização das atividades, informou que a barragem seria entregue recuperada no mês de fevereiro deste ano, mas isso também não aconteceu.

Já na tarde de sexta-feira, dia 2, a secretaria informou, por meio de nota encaminhada à O Estado, que a conclusão da instalação da comporta principal está prevista para ser feita até a segunda quinzena de julho e a entrega da obra - com o reforço estrutural e recuperação das pontes -, prevista para agosto.

A Sinfra informou ainda que o atraso na requalificação da barragem aconteceu porque a empresa contratada atrasou a entrega dos materiais necessários para os serviços. No entanto, as comportas da represa já se encontram no local.

Serviços
Foram instaladas as duas comportas Stop Logs e realizados serviços de adequação estrutural da barragem. Os serviços estão divididos em três etapas principais. A primeira é a colocação de uma comporta de manutenção para rebaixamento do nível do lago. A segunda é o assentamento da segunda comporta ensecadeira (tapume estanque provisório) ou de manutenção. Já a terceira, ainda em processo, está sendo preparado o assentamento da comporta principal.

Paralelamente a esses serviços, ainda estão sendo feitos o pórtico metálico, uma estrutura para acionamento da comporta principal por meio de um motor elétrico de 25 toneladas e a recuperação estrutural da ponte.

As próximas etapas dizem respeito à instalação da comporta principal e a realização do reforço estrutural e requalificação das pontes. De acordo com a Sinfra, 90% da obra de recuperação da barragem estão concluídos.

SAIBA MAIS

No fim da década de 1960 com o surgimento do Porto do Itaqui, houve a necessidade de diminuir a distância entre o porto e o centro da capital, de 50 para oito quilômetros. Entre 1966 e 1967, o projeto de criação da Barragem do Bacanga foi feito pelo governador José Sarney, iniciado em 1969 e finalizado em 1970 pela empresa Mendes Junior.

Vários objetivos foram levantados no decorrer do processo de construção, entre eles, diminuir a distância entre o porto e a cidade, sanear as casas do alagado a beira do rio e dar um lago à cidade. Inicialmente a barragem tinha dez comportas, seis pequenas, três médias e uma grande. Posteriormente, algumas delas foram fechadas e em setembro de 2015, uma delas afundou no rio.

As portas funcionam para fazer o manejo do rio para o mar e vice-versa. A falta de manutenção constante à barragem e suas comportas e o intenso fluxo de veículos sobre ela todos os dias contribuíram para prejudicar a estrutura.

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