Fim do foro privilegiado

Presidente da CCJ garante que dará celeridade na análise da proposta

O deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse que a sociedade quer ver o tema andando na Câmara e sugeriu que juristas sejam ouvidos durante o trâmite da proposta

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Deputados defendem agilidade na análise da PEC do fim do foro privilegiado para autoridade que cometerem crimes comuns
Deputados defendem agilidade na análise da PEC do fim do foro privilegiado para autoridade que cometerem crimes comuns (Cãmara dos deputados)

Brasília - Ao contrário das principais lideranças da Câmara, deputados defenderam nesta quinta-feira, 1º de junho, dar agilidade à tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que extingue o foro especial por prerrogativa de função nos casos de crimes comuns para todas as autoridades - com exceção dos chefes dos Três Poderes.

A PEC foi aprovada em segundo turno na quarta-feira, 31, no Senado e quando chegar à Câmara será submetida primeiramente à aprovação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

O presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse que a sociedade quer ver o tema andando na Câmara e sugeriu que juristas sejam ouvidos durante o trâmite da proposta. "Vamos dar agilidade. Esse é um tema que precisa ser debatido", declarou.

Pacheco afirmou que a PEC deve ser apensada a outra proposta com conteúdo correlato na CCJ e que o atual relator, o líder do DEM Efraim Filho (PB), deve incorporar a PEC ao seu relatório. Mais cedo, o deputado Alessandro Molon havia se colocado à disposição para relatar o texto que vem do Senado. Ao total, 11 propostas do gênero aguardam apreciação na Casa.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) defendeu que a Câmara resgate o texto original do Senado. Na quarta, os senadores retiraram da PEC o parágrafo que estabelecia a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. E foi mantida a necessidade de autorização do Câmara ou Senado para as prisões em flagrante do congressista.

Delgado disse que vai cobrar celeridade na tramitação para que a proposta seja votada antes de 17 de julho, início do recesso parlamentar. Para o deputado, haverá uma "operação tartaruga do governo" porque muitos teriam o interesse em manter o foro. Os líderes governistas alegam que a prioridade do semestre é a votação das reformas da Previdência e Política. "Queremos votar rapidamente e ajustar o texto", declarou Delgado.

PEC das Diretas

Um dia após a CCJ do Senado aprovar simbolicamente a PEC que prevê eleição direta para presidente e vice-presidente da República em caso de vacância dos cargos nos três primeiros anos do mandato, o presidente da CCJ da Câmara afirmou que vai agendar a votação da PEC em tramitação na comissão mesmo se não houver acordo entre oposição e situação.

Por causa do "cabo de guerra" travado no colegiado, a comissão não vota nenhum projeto há duas semanas e nesta quinta não foi diferente. Na sessão marcada para a manhã, não houve quórum para abertura dos trabalhos. "Estou aguardando um tempo razoável para ter acordo", comentou Pacheco, que busca um entendimento entre as partes para evitar a manutenção da obstrução na comissão.

O peemedebista disse que, se não houver acordo na próxima semana, marcará a apreciação da PEC para a semana seguinte. "Vamos pautar e fazer o enfrentamento ainda no primeiro semestre", informou.

A PEC de autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) prevê eleições diretas no caso de vacância da Presidência da República, exceto nos seis últimos meses do mandato. O texto em tramitação na Câmara reescreve o artigo 81 da Constituição, propondo que, em caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, as eleições ocorrerão em 90 dias a partir de aberta a última vaga. Se a vacância ocorrer nos últimos seis meses do mandato, o pleito será em 30 dias pelo Congresso Nacional.

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