Irregularidades

MP constata irregularidades em Centro de Atendimento ao Idoso

Caisi, no bairro Filipinho, foi a unidade vistoriada ontem pelo MP e diversos outros órgãos; problemas na infraestrutura comprometem o atendimento ao público-alvo, como falta de acessibilidade em vários setores

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38

[e-s001]SÃO LUÍS - Falta de acessibilidade, equipamentos defeituosos e banheiros sem condições de higiene foram alguns dos problemas registrados pelo Ministério Público (MP) durante vistoria realizada na manhã de ontem no Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso (Caisi), localizado no bairro do Filipinho, em São Luís. Tais problemas comprometem as atividades realizadas pelos idosos no ambiente e ainda o bem-estar deles.

A vistoria foi realizada pela Promotoria de Justiça da Defesa do Idoso e contou com a participação de outros órgãos. A atividade fez parte de uma série de fiscalizações que estão sendo feitas pelo MP em casas de abrigamento de longa permanência e nos centro de atendimento à pessoa idosa, sejam eles públicos, privados ou filantrópicos. A primeira unidade vistoriada foi o Solar do Outono, localizado na Cohab, e a próxima será o Asilo da Mendicidade, no São Francisco, essa ainda sem data para acontecer.

[e-s001]Irregularidades
O promotor José Augusto Cutrim Gomes coordenou as atividades no local. Entre as irregularidades encontradas estavam a falta de acessibilidade em vários setores; pisos quebrados; paredes com a pintura desgastada, juntamente com infiltrações e cupins; equipamentos desgastados; banheiros em precárias condições de higiene; piscina com água parada sem qualquer utilização; grama alta, entre outros problemas.

As mesmas irregularidades foram observadas pela Vigilância Sanitária Municipal, que esteve no ambiente meses atrás e constatou as deficiências. Ontem, os problemas persistiam e, em alguns setores, haviam aumentado de proporção.

Uma das situações mais críticas foi observada no setor de fisioterapia Caisi. No local, os idosos estavam se exercitando em bicicletas ergométricas velhas, enferrujadas e sem condições de utilização, situação essa que trazia mais prejuízos para a saúde dos idosos. “Quando termino, eu saio com mais dores”, relatou a aposentada Rosilda Conceição dos Santos Sousa, de 63 anos.

[e-s001]A falta de profissionais dentro da unidade foi outro problema observado dentro da unidade. O Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão (Coren-MA) vistoriou o centro duas vezes e observou uma diminuição na quantidade de atendentes.

Na primeira vistoria, feita em 2015, foi observado que a unidade tinha quatro enfermeiros e seis técnicos em enfermagem. Já em março deste ano foi constatada uma diminuição, dessa vez com dois enfermeiros e quatro técnicos e enfermagem.

“Nós voltamos para averiguar se as irregularidades haviam sido corrigidas e observamos uma piora no quadro. O quantitativo de profissionais diminuiu e houve sobrecarga de trabalho em virtude do aumento da demanda”, explicou a enfermeira fiscal Djayna Serra Nunes. Ela informou que o relatório da vistoria feito pelo Coren-MA foi encaminhado para o Ministério Público para que sejam tomadas as devidas providências.

Diante dos problemas, medidas serão tomadas para resolver as irregularidades. “O projeto inicial era para existir oito unidades como essas, mas infelizmente existe apenas uma. Vamos tomar as medidas administrativas e, caso os problemas não sejam resolvidos, serão tomadas medidas judiciais”, disse o promotor José Augusto Cutrim Gomes.

O Estado entrou em contato com a Prefeitura de São Luís em busca de um posicionamento sobre os problemas verificados no Caisi do Filipinho, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi obtida.

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No dia 9, o MP fez a vistoria no asilo Solar do Outono, localizado no bairro da Cohab. A fiscalização foi motivada após denúncias de que os idosos estavam sendo penalizados por causa da falta de estrutura do asilo. Houve casos de morte dentro do asilo por causa da falta de condição do espaço.

[e-s001]Na atividade foi constatado que diversos cômodos do asilo estavam com os pisos quebrados, situação essa que comprometia diretamente a locomoção das pessoas idosas e aumentava a possibilidade de acidentes como já aconteceu anteriormente no local.

Também foi constatado que alguns banheiros estavam interditados. Além disso, havia deficiências nas instalações elétricas e hidráulicas do asilo; ausência de medicamentos; ferrugens nas estruturas metálicas das camas e outros móveis. De acordo com promotor José Augusto Cutrim, algumas das irregularidades já estão sendo solucionadas. l

SAIBA MAIS

O Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso (Caisi), no Filipinho, existe há 11 anos e atende a população idosa não apenas da capital maranhense, mas de todo o Maranhão. A unidade oferece os serviços de fonoaudiologia, fisioterapia, clínico geral, geriatria, hidroginástica, serviço social, terapia ocupacional, terapia de família, acupuntura, artes manuais, meditação, entre outros.

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