Base Vandenberg

EUA lançam interceptador de míssil balístico a partir de base na Califórnia

Teste ocorreu após Coreia do Norte lançar novo míssil; Pentágono ainda não divulgou se o teste teve êxito; presidente da Coreia do Sul diz que ficou chocado ao saber da expansão de um sistema antimísseis dos EUA

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Interceptador do sistema de Defesa de míssil balístico dos Estados Unidos foi lançado ontem
Interceptador do sistema de Defesa de míssil balístico dos Estados Unidos foi lançado ontem (Interceptador do sistema de Defesa de míssil balístico dos Estados Unidos foi lançado ontem)

WASHINGTON - Os Estados Unidos lançaram ontem um interceptador de míssil a partir de uma base na Califórnia. O objetivo foi simular a derrubada de um míssil balístico intercontinental que possa chegar ao país. O lançamento foi feito pelo Pentágono a partir da base Vandenberg, na Califórnia. O teste tem custo estimado em US$ 244 milhões (R$ 800 milhões) e o último lançamento do tipo foi realizado em 2014.

O projétil interceptador deverá voar sobre o Oceano Pacífico e derrubar um míssil que será lançado do centro do Oceano. Segundo a agência Reuters, pode demorar algumas horas até que o Pentágono divulgue se o teste teve êxito.

O lançamento do interceptador pôde ser visto em um raio de mais de 80 km da base, mas a derrubada do míssil não seria visível em terra. De acordo com a agência Efe, trata-se da primeira vez que o Pentágono tenta derrubar um míssil de alcance intercontinental.

O teste é realizado dois dias depois de a Coreia do Norte disparar um míssil que percorreu 450 quilômetros em direção ao leste até cair em águas da Zona Econômica Especial (ZEE) do Japão, espaço que se estende cerca de 370 quilômetros a partir de seu litoral.

A Coreia do Norte segue tentando desenvolver tecnologia de mísseis de longo alcance capaz de chegar a território americano, bem como uma ogiva nuclear suficientemente compacta para ser armada em um míssil.

"Chocado"

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, diz ter ficado "chocado" ao saber da expansão de um sistema antimísseis dos Estados Unidos no país e ordenou a abertura de um inquérito para apurar por que não foi informado da decisão.

"O presidente Moon disse que foi muito chocante" ser surpreendido sobre a instalação de novos lançadores de mísseis, declarou ontem o porta-voz do governo, Yoon Young-chan.

O sistema antimíssil norte-americano Thaad começou a ser instalado na Coreia do Sul em abril, com o transporte de dois lançadores para combater a crescente ameaça de mísseis da Coreia do Norte. Posteriormente, foram instalados quatro novos lançadores.

Durante sua bem-sucedida campanha para a eleição presidencial de 9 de maio, Moon prometeu pedir ao Parlamento uma revisão do sistema antimísseis. O presidente, de centro-esquerda, defende uma abordagem diplomática para conter a tensão com o regime de Pyongyang.

Após a reclamação de Moon, o Pentágono disse que tem sido "muito transparente" com a Coreia do Sul sobre a instalação do Thaad. "Continuamos a trabalhar lado a lado com o governo da República da Coreia e temos sido muito transparentes em todas as nossas ações nesse processo", afirmou o porta-voz do Pentágono, Jeff Davis.

Os Estados Unidos mantém 28.500 soldados na Coreia do Sul e têm um acordo de defesa mútua com o país desde a Guerra da Coreia, que terminou em 1953 sem um acordo de paz, deixando a península Coreana tecnicamente em estado de guerra desde então.

A instalação do Thaad na Coreia do Sul irrita a China, que considera o sistema antimísseis uma ameaça à estabilidade da região.

Nas últimas semanas, a Coreia do Norte realizou vários testes bem-sucedidos de lançamento de mísseis, demonstrando a avanço de seu programa nuclear. O regime do ditador Kim Jong-un diz ser capaz de atingir os Estados Unidos com um míssil intercontinental, mas não se sabe se o país conta com tecnologia para fazê-lo de fato.

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