A Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) promove, de amanhã e quinta-feira, em São Luís, o encontro de negócios “Maranhão for Business edição Canadá”. A iniciativa, que está em sua 8ª edição, visa sensibilizar os empresários maranhenses para o comércio exterior, trazendo ao estado compradores estrangeiros para rodadas de negócios.

Desde 2014, a Fiema já promoveu edições do Maranhão for Business em São Luís e Imperatriz, oportunizando negócios com representantes de embaixadas, câmaras de comércio, agências de exportação e autoridades portuárias de Moçambique, dos Estados Unidos, Alemanha, Bélgica e Países da Liga Árabe. Inscrições podem ser feitas no site www.fiema.org.br.

Amanhã, a ação será das 19h às 22h, na Casa da Indústria Albano Franco, e terá entre os palestrantes o diretor de Relações Institucionais e Negócios da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC), Paulo Castro Reis, a cônsul e gerente do programa Comercial do Consulado Geral do Canadá em São Paulo, AnoukBergeron-Laliberte, além do presidente do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), Felipe de Holanda. Na quinta-feira, o Maranhão for Business continua com um Road Show Canadá, no qual os empresários terão atendimento individual e personalizado da CCBC, das 9h às 11h.

No ano em que são celebrados os 150 anos da Confederação Canadense, o diretor de Relações Institucionais e Negócios da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC), Paulo Castro Reis, fala a O Estado sobre as oportunidades de negócios entre Brasil e Canadá e como os empresários maranhenses podem acessar esse mercado. Em 2016, o Canadá foi um dos principais destinos dos produtos maranhenses, respondendo por 17,13% das exportações e caracterizando-se como um dos mais importantes parceiros comerciais do estado.

Qual o objetivo do road show no Maranhão?
O objetivo é apresentar aos empresários novas oportunidades de negócios com um país que é um dos maiores importadores globais, mas ainda pouco explorado pelo Brasil. A ideia é identificar potenciais de exportação, importação e investimento para os maranhenses.

Em quais setores a CCBC acredita que o Canadá tenha interesse em buscar parceiros no Maranhão?
Hoje, a grande maioria do investimento canadense no Brasil é em mineração. A CCBC tem auxiliado brasileiros e canadenses a detectarem oportunidades em mercados menos explorados. No campo da agricultura, há um interesse crescente dos canadenses por produtos orgânicos, que podem ser comercializados in natura ou processados, como compotas, sucos etc. Também acreditamos que há um potencial para aquisição de madeira e seus derivados, inclusive mobiliário.
No setor de serviços, o Maranhão tem um grande potencial no turismo. Já na gestão pública e atividades relacionadas à pesquisa, uma cooperação com o Canadá poderia ser muito benéfica para o estado, já que o país é, reconhecidamente, detentor de uma série de tecnologias que propõe melhor aproveitamento dos recursos naturais, conectividade, etc.

Como o Maranhão, enquanto território, se encaixa nesta busca de parceiros comerciais no Brasil?
Considerando as diferenças geográficas, especialmente as que posicionam o Maranhão numa área tropical, o estado tem muito a oferecer no campo agrícola, por exemplo, podendo vir a fornecer uma série de itens para o Canadá. Destacamos, nesse sentido, o crescente consumo de produtos orgânicos no Canadá que atualmente corresponde a U$4,7 bilhões por ano, em franca ascensão. Castanhas, frutas, mel e seus derivados poderiam ser oferecidos aos canadenses. O turismo, como já citamos, é outro setor promissor. O principal, nesse momento, é o Maranhão se preparar para apresentar aos canadenses essas oportunidades de negócios.

Qual a perspectiva de investimentos de empresários canadenses no Maranhão?
Temos que lembrar que, hoje, o canadense desconhece o Maranhão, por isso é muito importante divulgar o estado e seu potencial para o Canadá, através de missões setoriais, por exemplo.

E, de maneira resumida, o que será apresentado aos empresários maranhenses em sua palestra?
O Canadá foi, em 2015, o terceiro maior importador do Maranhão. No entanto, as exportações do estado estão concentradas em produtos nada ou pouco industrializados, como alumínio, pasta de madeira, soja e mel. Iremos apresentar para os empresários maranhenses outras oportunidades do mercado e o que pode ser feito para atingi-lo: quais produtos podem ser exportados e quais os requisitos para disputar esse mercado. É fato que produtos com apelo local/regional, vindos de outros países têm um grande potencial de negócios, assim como produtos orgânicos. Além disso, mostraremos o que poderia, de maneira estratégica, ser importado do Canadá e como podemos explorar oportunidades em investimento.

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