Perigo

Casos de picadas de animais peçonhentos se espalham por São Luís

Neste mês, uma criança morreu após ter sido picada por uma cobra na zona rural; além disso, três pessoas foram internadas após acidentes com aranhas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Animais peçonhentos têm atacado pessoas na capital; cuidados devem ser tomados para evitar acidentes
Animais peçonhentos têm atacado pessoas na capital; cuidados devem ser tomados para evitar acidentes (animais peçonhentos)

SÃO LUÍS - A morte de Vitor Manuel dos Santos Viana, de 14 anos, no dia 12 deste mês, vítima de uma picada de cobra, no bairro Pedrinhas, zona rural de São Luís, chama atenção para os casos dessa natureza que acontecem não apenas na capital, mas em todo o estado. Este ano, na capital maranhense, já foram registrados 14 ataques do tipo, sendo a maioria causada por serpentes. O atendimento é restrito, pois apenas três hospitais da Ilha dispõem do soro necessário para tratar o veneno.

Os números são da Secretaria Estadual de Saúde (SES), obtidos por meio Sistema de Notificação de Agravos (Sinan). Contudo, as estatísticas podem ser ainda bem maiores, uma vez que grande parte dos acidentes causados por esses tipos de animais não são notificados.

Atendimento
Dos 14 casos registrados este ano, cinco foram causados por picadas de serpentes; seis por escorpiões e três por aranhas. Na Região Metropolitana de São Luís, apenas o Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I), o Hospital Municipal de Urgência e Emergência Doutor Clementino Moura (Socorrão II) e o Hospital Municipal em São José de Ribamar, na região de Panaquatira, dispõem do soro específico para o tratamento do veneno desses animais.

De acordo com Daniel Saraiva, do Departamento de Controle de Zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde (SES), há uma restrição do Ministério da Saúde (MS) no que diz respeito à disponibilização do soro, pois ele apenas pode ser administrado em unidades de grande porte.

“Pode haver reações e, caso ocorram, o paciente precisa estar em uma unidade de saúde própria para atendê-lo”, destacou Saraiva. Por essa razão, na rede pública de saúde, o medicamento não é disponibilizado nas unidades básicas de saúde e nem nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

Outra situação que compromete o atendimento adequado às pessoas vítimas de picadas dos animais peçonhentos é a subnotificação dos casos. Todos os notificados devem ser relatados ao Sistema de Notificação de Agravos (Sinan), para que os soros distribuídos pelo Ministério da Saúde sejam enviados de acordo com a demanda, mas isso não acontece.

“O Departamento de Zoonoses faz o pedido com base nas notificações do Sinan. Mas o que está acontecendo é a subnotificação, porque apenas são notificados os casos mais graves. É preciso que todos sejam registrados”, destacou Daniel Saraiva, que chamou ainda atenção para a necessidade da melhor capacitação dos profissionais especializados na identificação dos sintomas relacionados com as picadas dos animais peçonhentos, com o intuito de administrar da melhor forma a medicação.

Casos
O último caso registrado em São Luís foi o do estudante Vitor Manuel dos Santos Viana, de 14 anos. Morador da comunidade Pedrinhas, ele foi levado para o Socorrão I após ser picado por uma cobra, mas não resistiu e morreu. A SES ainda aguarda o laudo referente a esse óbito.

Outro acidente, que também teve repercussão na capital maranhense, foi relacionado com a aranha-marrom. Este mês, três pessoas foram internadas após terem sido picadas pelo mesmo tipo de aracnídeo. A picada do animal pode causar necrose e até falência de órgãos. Nos casos mais graves, e quando não há o devido tratamento, a picada pode levar à morte.

NÚMEROS

São Luís
14 acidentes causados por animais peçonhentos
6 foram causados por escorpiões
5 foram causados por serpentes
3 foram causados por aranhas

Maranhão
1.015 acidentes causados por animais peçonhentos
574 causados por serpentes
305 causados por escorpiões
42 causados por aranhas
25 causados por abelhas
23 causados por lagartas
40 causados por outros
6 casos ignorados

Cuidados a serem tomados quando se é picado por um animal peçonhento

Não fazer sucção do veneno;
Não espremer o local da picada;
Não dar nada alcoólico, querosene ou fumo para o acidentado;
Não fazer torniquete, impedindo a circulação do sangue: isso pode causar gangrena ou necrose local;
Não cortar ou queimar o local da ferida;
Não fazer aplicação de folhas, pó de café ou terra sobre a ferida, sob o risco de infecção;
Manter a pessoa em repouso, evitando o seu movimento para que não favoreça a absorção do veneno;
Manter a região picada no mesmo nível do coração ou, se possível, abaixo dele;
Localizar a marca da picada e limpar o local com água e sabão ou soro fisiológico;
Cobrir o local com um pano limpo;
Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam prender a circulação sanguínea, em caso de inchaço do
membro afetado;
Levar a pessoa imediatamente para o pronto-socorro mais próximo ou ligar para o serviço de emergência;
Tentar identificar que tipo de animal atacou a vítima, observando cor, tamanho e características dele;
Se possível, levar o animal causador do acidente para identificação;
No caso de acidentes causados por escorpiões, aranha-armadeira e viúva-negra, recomenda-se fazer compressas mornas no local e analgésicos para alívio da dor.

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