Foco, disciplina e apoio são fundamentais para vencer a obesidade mórbida
Publicitário João Ricardo Medeiros investiu em uma boa alimentação e em atividades físicas, entre elas a corrida, para voltar a ter a saúde que perdeu com os quilos acumulados; conversa com pai foi marco para mudança
O mundo enfrenta uma epidemia que atinge crianças, adultos e idosos em diversos países. Um importante desafio para a saúde pública mundial e que afeta mais de 300 milhões de pessoas segundo dados da Organização Mundial da Saúde. O nome dessa doença é obesidade, e é fruto da associação de dietas ricas em açúcar e carboidratos, do sedentarismo e dos altos índices de estresse.
É considerado obeso mórbido todos aqueles que estejam com o Índice de Massa Corporal (IMC) maior ou igual a 40 kg/m2. E para todos as consequências são as mesmas – hipertensão arterial, apneia do sono, doenças cardiovasculares, artropatias e, nos casos mais graves, câncer e AVC que podem levar à morte.
Um estudo da Universidade de Brasília mostrou que a obesidade mórbida no Brasil apresentou um crescimento de 255%. E a região Nordeste, que tradicionalmente apresentava taxas elevadas de desnutrição, também registrou aumento da obesidade entre pessoas de todas as idades e diferentes estilos de vida.
Mudança de rumo
João Ricardo Medeiros estava entre os nordestinos que ilustravam essa pesquisa. O menino ativo que já praticou basquete e futsal, a partir dos 12 anos de idade, foi trocando aos poucos a vida saudável pelo sedentarismo, e como consequência, acabou ganhando 40 quilos em três anos. Dos 12 aos 20, Janjão, como é mais conhecido, lutou contra a balança e sofria por estar bem acima do peso.
E pior que o estigma social de “ser gordo”, era vir a desenvolver os mesmos problemas de saúde típicos da família de seu pai. Muitos parentes tinham facilidade para engordar, e o avô de Janjão faleceu por complicações da obesidade mórbida.
Além do menino, a família sofria junto, e cada vez mais preocupada com os resultados de exames do jovem, que mesmo jovem possuía um elevado índice de gordura no fígado e picos de pressão incomuns para a idade. Esse é, aliás, um grande desafio para muitas famílias: Como lidar com um filho que sofre de obesidade?
Uma tarefa nada fácil, mas que precisa sim começar em casa, através de conversas francas, em um ambiente amigável, de acolhimento e entendimento e não de críticas. Mais importante que julgar ou condenar o obeso, é motivá-lo a mudar, e o mais difícil, convencê-lo de que é capaz de vencer a balança.
Atividade
Foi o que fez o pai de Janjão, com as conversas entre pai e filho que tiveram no ano de 2011, quando o garoto estava com 20 anos e chegou a pesar 178 Kg. Entre lágrimas e abraços, o pai Ricardo disse que estaria ao lado do filho para juntos vencerem essa triste realidade. Mesmo com uma rotina estressante entre trabalho de dia e faculdade a noite, João Ricardo deu o primeiro passo – aceitou mudar a alimentação, trocou os lanches da rua pela comida saudável de casa, e iniciou aos poucos uma mudança radical de deixar a preguiça de lado e começar a se movimentar, à medida que ia perdendo peso.
“Eu sofria bastante com dificuldade para dormir, roncava muito e sempre acordava cansado e sem energia. Cheguei a pensar em fazer a cirurgia bariátrica, pois já não aguentava mais aquela vida. Mas ao conversar com meu pai, e contando com a ajuda dele, resolvi tentar uma última vez emagrecer por conta própria. E dessa vez, fiz tudo com muita disciplina mesmo”, revela Janjão.
A data escolhida para essa verdadeira metamorfose foi o dia 3 de janeiro de 2011. Hoje, aos 25 anos e com 101 Kg distribuídos em seus 1,90 m de altura, o publicitário João Ricardo é literalmente outra pessoa. Ele conseguiu perder com uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos regulares um total de 77 quilos, e logo nos 11 meses iniciais da mudança de vida. De 2011, ele ainda conserva duas coisas essenciais para o sucesso que vive hoje, o foco em manter-se magro e a disciplina com a boa alimentação e a prática de atividades físicas.
Manutenção também exige esforço
Nessa jornada, Janjão contou com a importante ajuda de médicos, nutricionistas, profissionais de educação física. Procurou fazer tudo de forma orientada, e sempre com o apoio do pai e da mãe nessa batalha.
Porém, mais difícil do que emagrecer, é manter-se magro. “Desde 2012 encontrei na corrida a atividade física que mais me ajuda a manter a forma física. Sei que tenho tendência para engordar, e se não me manter em movimento, volta todo o peso outra vez e isso eu não quero mais na minha vida”, confessa o novo e disciplinado Janjão.
O publicitário corre cinco vezes por semana, e procura manter bons hábitos alimentares, além de contar com a orientação da médica ortomolecular Marcela Rodrigues. Para motivar-se fisicamente, sempre participa de corridas de rua, como a DB Runner, que ele irá disputar no domingo, 28, na Av. Litorânea.
Saúde
Para a organizadora da corrida DB Runner, a diretora do Colégio Dom Bosco Isabella Rodrigues, a prova é mais que um evento desportivo, é um encontro democrático de vencedores, pessoas que como Janjão, levam suas histórias de vida e de superação para a pista, e juntos correm para celebrar suas batalhas individuais.
“Criamos esse evento pois desde cedo estimulamos nossos alunos a praticar esportes. Estamos na sexta edição da DB Runner e, anualmente, nos emocionamos com as pessoas que conhecemos disputando a prova. Cada corredor é um vencedor ”, diz Isabella Rodrigues.
Saiba Mais
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