Dia da Indústria

Setor industrial maranhense foi um dos mais afetados pela crise econômica

Níveis de produção, renda, emprego e consumo foram afetados, com fechamento também de várias empresas no estado do Maranhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38

No recente estudo da Fiema “Emprego na Indústria do Maranhão – Panorama Atual”, o economista e coordenador de ações estratégicas da entidade, José Henrique Braga Polary, destaca que as dificuldades conjunturais pelo qual passa a economia brasileira nos últimos anos têm marcado profundamente o segmento industrial, com todos os desdobramentos decorrentes sobre os níveis de produção, renda, emprego e consumo, com variação de intensidade, conforme os espaços de atuação (região, estado ou municípios) e o impacto de determinados fatores-chaves (taxa de juros, dificuldades de acesso ao crédito, por exemplo).

“A crise alcançou um nível tal de gravidade, com o fechamento de várias empresas, que alguns profissionais chegaram a falar que o país estaria vivendo um processo de desindustrialização. No Maranhão, o setor industrial tem sido fortemente afetado, especialmente nos seus segmentos mais destacados, a indústria de transformação e a construção civil, com a desativação de milhares de postos de trabalho. O ano de 2016 registrou um estoque de emprego industrial, no estado do Maranhão, na ordem de 93.513 pessoas, correspondendo a 19,7% do emprego em todas as atividades”, destacou Polary.

No estado do Maranhão, o emprego nas atividades industriais (em especial, transformação e construção civil), que fora crescente até 2013, entra em rota de quedas sucessivas, chegando em dezembro de 2016 com o fechamento de 8.229 postos de trabalho, relativamente ao estoque de 2013, segundo dados do Caged.

Postos de trabalho

A indústria de transformação, nesse contexto, fechou o ano de 2016 com um estoque de 38.868 empregos formais, 4.333 a menos do que fora registrado em 2013 (43.201 empregos). No segmento da construção civil, por sua vez, o impacto foi ainda maior: 11.619 postos de trabalho foram fechados entre 2013 e 2016.

Comparativamente ao nível nacional, verifica-se que, enquanto o emprego na indústria de transformação do Brasil caiu, entre 2014 e 2015, na ordem de 7,4%, no Maranhão a queda foi de apenas 1,9%, denotando um menor impacto da recessão econômica e isto contribuiu para que a participação maranhense no emprego industrial brasileiro, nesse período, se mantivesse constante em torno de 0,5%. A indústria de transformação e a construção civil, juntas, respondem por 92,0% do emprego industrial do Maranhão, conforme dados do Caged, em dezembro de 2016.

“Esse agravamento da crise econômica, provocado pelo desgaste político do governo federal, os escândalos de corrupção, as elevadas taxas de juros, a insegurança jurídica no ambiente institucional, o limitado acesso ao crédito, o retorno das altas taxas de inflação, o elevado endividamento da população, associado à queda da renda familiar, além dos atrasos nos pagamento dos programas habitacionais (Minha Casa Minha Vida) são fatores que preocupam o empresário industrial e afetam o mercado de trabalho. Apesar desse cenário somos confiantes e esperamos que novos investimentos possam consolidar o Maranhão como um novo potencial do Norte e Nordeste do Brasil e que os próprios maranhenses veja a industrialização como um instrumento para o desenvolvimento econômico do estado e de uma melhor qualidade de vida para a população”, finalizou o presidente da Fiema, Edilson Baldez.

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