Ameaça

Irmão de homem- bomba preso na Líbia planejava ataque

Chefe de polícia de Manchester disse que o autor do ataque fazia parte de uma rede. Atentado deixou 22 mortos e 59 feridos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38

LÍBIA - O irmão do autor do ataque em Manchester, que foi preso ontem na Líbia, planejava um ataque, informou o porta-voz da força líbia que atua contra o terrorismo (Rada). O atentado, que foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, deixou 22 mortos e 64 feridos no final do show de Ariana Grande, na segunda-feira,21.

Hashem Abedi, irmão de Salman Abedi, foi preso na terça em Tripoli e é suspeito de "planejar um ataque em Tripoli", disse o porta-voz Ahmed Dagdoug. O pai de Salman, Ramadan Abedi, também foi preso na capital da Líbia nesta quarta-feira. O suicida tinha 22 anos, era filho de imigrantes líbios e nasceu em Manchester.

Na Inglaterra, o chefe de polícia de Manchester disse que o autor do ataque fazia parte de uma rede. "Acho que está muito claro que estamos investigando uma rede", afirmou Ian Hopkins. "E, como eu disse, continua em um ritmo. Há uma investigação extensa acontecendo pela grande Manchester enquanto falamos".

Mais cedo, a ministra britânica do Interior Amber Rudd disse que Salman Abedi voltou recentemente da Líbia. Gerard Collomb, do Interior da França, afirmou que ele tinha ligações com o grupo Estado Islâmico e "provavelmente" também visitou a Síria.

O governo britânico confirmou ontem,24, que Salman Abedi estava nos radares do serviço de inteligência britânico. A polícia segue fazendo buscas e anunciou a prisão de mais quatro suspeitos de envolvimento com o atentado. Entre eles, está um ouyto irmão de Abedi.

"[Abedi] Era alguém que os serviços de inteligência conheciam e tenho certeza de que, quando a investigação for concluída, nós saberemos mais", disse a ministra do Interior britânica, Amber Rudd.

Para a ministra e para a polícia, Abedi, de 22 anos, não agiu sozinho. "[O ataque de segunda-feira] foi mais sofisticado do que alguns dos ataques que já vimos anteriormente e parece provável, possível, que ele não estivesse fazendo isso por conta própria", declarou a ministra. A polícia diz estar investigando uma rede terrorista que estaria envolvida no atentado.

Nesta quarta, a polícia continuou a fazer uma série de buscas na cidade. Um dos imóveis visitados foi edifício "Granby House", no centro, segundo a Efe. Os policiais também provocaram a explosão controlada de um material encontrado em um dos endereços.

Alerta máximo

A hipótese de cúmplices do atentado motivou a decisão do governo de ativar o nível máximo de alerta terrorista, agora no grau "crítico", o que significa que outro ataque é "iminente".

Em resposta ao aumento do nível de alerta, quase mil soldados foram mobilizados, segundo uma fonte do ministério da Defesa. Os militares chegaram de ônibus ao centro de Londres e seguiram para seus postos.

A Scotland Yard informou que os soldados permanecerão sob seu comando e integrados em sua estrutura para fornecer "proteção armada estática em locais-chave", que incluem o Palácio de Buckingham, Downing Street [residência da primeira-ministra], embaixadas e o Parlamento".

Entre as vítimas em estado grave estão 12 crianças e adolescentes, com menos de 16 anos. De acordo com a BBC, o balanço de feridos aumentou para 64, sendo que 20 estão em estado crítico.

Em frente à mesquita de Didsbury, frequentada pelo suicida, um encarregado, Fawzi Haffar, afirmou que "este ato odioso não tem espaço na religião", e apelou "a qualquer um que tenha informações que entre em contato com a Polícia".

O atentado de Manchester é o mais grave ocorrido no Reino Unido desde julho de 2005, quando uma série de atentados causou a morte de 52 pessoas, entre eles quatro suicidas, e deixou 700 feridos no metrô e em um ônibus de Londres, segundo a France Presse.

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