Moda

Evento mostra moda autoral com cara de Nordeste

Em meio à crise econômica no país, Dragão Fashion Brasil, realizado no Ceará, dribla dificuldades e se reinventa com criatividade e engajamento social

Bruna Castelo Branco - Enviada Especial

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
 Mari Andrade, Wagner Kallieno e Jangadeiro Têxtil
Mari Andrade, Wagner Kallieno e Jangadeiro Têxtil

FORTALEZA - Em meio a situação de crise que se acentuou no país na quarta-feira última (24), no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto de Fortaleza, o clima era de celebração com o primeiro dia de desfiles do Dragão Fashion Brasil, evento que nesta edição completa 18 anos e, além de moda tem expressão de música e gastronomia. A programação segue até sábado e conta com 25 desfiles, entre marcas que se apresentam coletivamente e desfiles de estilistas com coleções individuais, além de workshops e palestras.

Para o idealizador do evento, Cláudio Silveira, a celebração dos 18 anos do Dragão Fashion Brasil é a certeza de que a moda é uma oportunidade e um fator importante para a economia local. “O movimento é um motor da economia cearense”, disse.

Com foco na produção autoral e com uma identidade que preserva as características do Nordeste, o evento apostou em um casting sem grandes celebridades e com modelos nordestinas, como uma forma de driblar a crise e incentivar os profissionais de moda local.

O primeiro dia de desfiles, contou com veteranos e iniciantes. Logo na abertura, a estilista Mary Andrade, vencedora do concurso de talentos do evento realizado no ano passado apresentou sua primeira coleção individual que é voltada para o público feminino com muitas peças em tom de dourado. Em seguida, foi a vez da Jangadeiro Têxtil mostrar uma coleção mais comercial, com uma coleção leve e colorida.

babado Coletivo explorou a sensualidade para desmistificar corpo feminino
babado Coletivo explorou a sensualidade para desmistificar corpo feminino

Engajamento

Exaltando o feminismo, a coletiva de marcas intitulada Babado Coletivo dialogou com a luta da mulher, movimentos negros e a causa LGBTTT, Com cores vibrantes, a coleção teve como proposta desmistificar o corpo feminino e lutar pela igualdade de gênero e liberdade. Essa essência foi mostrada além das roupas, a trilha sonora também levou o debate para dentro da passarela. Canções que versavam sobre a agressão contra a mulher foram entoadas enquanto acontecia o desfile.

Villô Ateliê trouxe características do Nordeste para a passarela
Villô Ateliê trouxe características do Nordeste para a passarela

Rendas

O tramado e as rendas renascenças que são características fortes do Nordeste marcaram presença nos desfiles da marca baiana Villô Ateliê e da cearense Almerinda Maria. Em vestidos longos ou peças na altura do joelho, os conceitos de sensualidade foram reforçados nas produções que valorizam o trabalho mais artesanal na produção de moda.

Esportivas

O estilista Wagner Kallieno com uma atitude mais agressiva, apostou em uma moda urbana com influências e atitudes de punk. Com uma cartela de cores variando entre cores quentes e fortes com predominância do preto. Segundo a proposta, o estilista apostou nos tempos atuais vividos no Brasil e no mundo e trouxe uma coleção mais agressiva, diferente das que costuma apresentar que, geralmente são marcadas por cortes assimétricos e nudez.

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