Atentado

Identificado homem-bomba de ataque contra show de cantora americana em Manchester

Terrorista Salman Abedi, de 22 anos, morreu no ataque; investigação da polícia busca entender agora se Abedi atuava sozinho ou se era parte de uma organização; explosão deixou 22 mortos e 59 feridos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Policiais e outras pessoas tentam socorrer feridos após explosão na Manchester Arena
Policiais e outras pessoas tentam socorrer feridos após explosão na Manchester Arena (Policiais e outras pessoas tentam socorrer feridos após explosão na Manchester Arena)

Londres - As autoridades britânicas identificaram ontem o homem-bomba responsável pelo ataque da véspera durante um show da cantora pop Ariana Grande em Manchester.

Ele foi identificado como Salman Abedi, 22, afirmou o chefe da política de Manchester, Ian Hopkins. Segundo a rede BBC, Abedi nasceu em Manchester e sua família tem origem líbia. A investigação busca entender agora se Abedi atuava sozinho ou se era parte de uma organização.

Também ontem, a polícia prendeu na região sul da cidade um homem de 23 anos suspeito de conexão com o atentado, que deixou ao menos 22 mortos e dezenas de feridos após o fim do show na Manchester Arena. Não há brasileiros entre as vítimas, informou o Itamaraty.

Agentes de segurança realizaram uma operação em um apartamento em Manchester e fizeram a explosão controlada de um artefato, informou a polícia.

Um outro homem foi detido no shopping Arndale Centre, em Manchester, mas as autoridades não viram indícios de que ele tenha ligação com o atentado. O local chegou a ser fechado temporariamente ontem.

Estado Islâmico

A facção terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria da ação em uma mensagem que, no entanto, não apresentou nenhuma evidência de sua participação real. "Um soldado do califado conseguiu colocar explosivos em meio a uma reunião dos cruzados na cidade britânica de Manchester", disse a milícia.

É possível, como em outros casos no passado, que o autor tenha agido sozinho e agora a facção tente se beneficiar da atenção na mídia, que é uma parte importante de sua estratégia para recrutar militantes.

O diretor de Inteligência dos Estados Unidos, Dan Coats, afirmou que as autoridades do país ainda não verificaram se o Estado Islâmico é responsável pelo ataque.

Reações

"Este ataque se destaca por sua covardia doentia e pavorosa, tendo como alvo deliberado crianças indefesas e inocentes e jovens que deveriam estar aproveitando uma das noites mais memoráveis de suas vidas", afirmou a primeira-ministra britânica, Theresa May.

May visitou o local do ataque na manhã de ontem e assinou o livro de condolências em um hospital de Manchester que recebeu a maior parte dos feridos. Após conversar com o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, ela concordou em suspender a campanha para a eleição parlamentar de 8 de junho.

A segurança no restante do Reino Unido será incrementada com um maior contingente policial deslocado para Londres.

A rainha Elizabeth 2ª disse ontem que "a nação inteira está chocada" com o ataque. "Sei que falo por todo mundo ao expressar minha empatia mais profunda com todos os que foram afetados por esse evento horrível", afirmou.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse estar triste e em choque. "As pessoas no Reino Unido podem estar convencidas de que a Alemanha está do lado delas."

O presidente americano, Donald Trump, comentou o ocorrido durante sua visita a Belém, na Cisjordânia. "Mantemos nossa absoluta solidariedade com o povo do Reino Unido". Ele descreveu os responsáveis pela ação como "perdedores malvados".

O ex-presidente dos EUA Barack Obama também se manifestou sobre o ataque em uma rede social. "Americanos sempre irão ficar ombro a ombro com o povo do Reino Unido."

Vladimir Putin, presidente da Rússia, "expressou suas condolências à primeira-ministra May", informou a assessoria do Kremlin.

Nesta terça, o presidente da França, Emmanuel Macron, visitou a embaixada britânica em Paris e deixou sua mensagem de condolência em um livro.

Quadro

TERROR NA EUROPA
Ataques recentes aos países do continente

-Paris (13.nov. 2015)
Uma sequência de ataques a bomba e com atiradores em várias partes da cidade deixa 130 mortos. Estado Islâmico reivindica autoria

-Bruxelas (22.mar.2016)
Três homens-bomba ligados ao EI se explodem no aeroporto e numa estação de metrô; 32 morrem

-Nice (14.jul.2016)
No Dia da Bastilha, em mais uma ação do EI, um atirador dirigindo um caminhão atropela uma multidão à beira-mar e mata 86

-Berlim (19.dez.2016)
Em ação semelhante à de Nice, motorista avança com um caminhão contra pedestres em um mercado de Natal; 12 são mortos

-Londres (22.mar.2017)
Um ano após os ataques de Bruxelas, um homem atropela pedestres na ponte Westminster e esfaqueia um policial na entrada do Parlamento; 5 morrem

-Estocolmo (7.abr.2017)
Novamente, um caminhão é usado para atropelar pedestres, em uma rua comercial, deixando 4 mortos

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