FALTA D'ÁGUA

Mais de 60 bairros têm abastecimento comprometido em SL

Com Batatã operando abaixo da sua capacidade, diversas comunidades têm dificuldades para ter água nas torneiras; região do Centro é uma das mais atingidas

Jock Dean/O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Sem o Batatã, abastecimento tem de ser feito por meio de poços
Sem o Batatã, abastecimento tem de ser feito por meio de poços (Batatã)

SÃO LUÍS - Com o Reservatório do Batatã operando com apenas 18% de sua capacidade de armazenagem por causa da falta de chuvas na região em que a barragem se localiza, 63 bairros e comunidades de São Luís acabam ficando com o abastecimento comprometido. A região do centro da capital é a mais atingida, com 14 comunidades cujo abastecimento depende do sistema Batatã. De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), a finalização das obras do Sistema Italuís vai ajudar a resolver a intermitência de água na região.

Em São Luís o abastecimento de água é feito em dias alternados nos bairros da capital há vários anos. Mas por causa da pouca armazenagem no Batatã ou de rompimentos na tubulação da adutora do Italuís, o abastecimento chega a ficar comprometido. Entretanto, mesmo quando o abastecimento está regular algumas comunidades do centro têm problemas. É o caso do Lira. Por ficar localizado em uma área mais elevada, a água chega às torneiras com menos força e nem sempre é suficiente para abastecer as residências.

Para atenuar o problema, muitos moradores usam bombas d’água para poder encher seus reservatórios. Mas eles esbarram em outra dificuldade. Nos popularmente chamados “dia de água”, as torneiras ficam vazias depois das 5h e quem não tem bomba ou não aproveitou a madrugada para encher tanques, cisternas ou caixas d’água acaba ficando desabastecido.


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O abastecimento na área é reforçado pela captação feita por 16 poços, além da contribuição advinda da Adutora de Água Tratada do Sistema Italuís, que está passando por obras de substituição e implantação de nova adutora. A nova adutora do Italuís irá incrementar em 30% a vazão atual destinada a toda a São Luís, ajudando a resolver o problema de intermitência e desabastecimento na Ilha, garante a Caema. Segundo a empresa, os serviços serão concluídos em junho deste ano.

SAIBA MAIS

Configuração do abastecimento e bairros atingidos pelo Batatã:

Zona 01 - Sistema Sacavém: Centro, São Pantaleão, Madre Deus, Goiabal, Codozinho, Vila Bessa, Belira, Lira, Areinha (parte), Macaúba, Apicum, Camboa, Vila Bangu, Diamante, Vila Passo, Corea de Baixo e Corea de Cima, Sítio do Meio, Alto de Boa Vista, Retiro Natal, Liberdade, Tomé de Sousa, Fé em Deus, Floresta, Monte Castelo (parte).

Zona 02 - Sistemas Italuís e bateria de poços: Monte Castelo (parte), Apeadouro, Irmãos Coragem, Bairro de Fátima, Bom Milagre, Parque Amazonas, Alemanha, Caratatiua, Vila Ivar Saldanha, Alto da Vitória, João Paulo, Jordoa, Vila Palmeira, Barreto, Túnel do Sacavém, Santa Cruz, Vera Cruz, Cutim, Radional, Coroado, Coroadinho, Vila Conceição, Bom Jesus, Vila dos Frades, Parque Timbira, Alto do Parque Timbira, Parque Pindorama, Parque dos Nobres, Conjunto São Sebastião, Bairro Primavera, Sítio do Pica-pau-amarelo, Redenção, Barés, Filipinho, Sítio Leal, Sacavém, Coheb do Sacavém, Salina do Sacavém, Santo Antônio.

Obras Italuís

Com mais de 30 anos de operação, a adutora do Italuís encontra-se comprometida em razão da ferrugem e da corrosão o que gera rompimentos ao longo da tubulação com certa frequência. O último rompimento ocorreu em 19 de abril deste ano. Esta foi a segunda vez que a adutora rompeu em 2017. Em 25 de fevereiro, a tubulação também apresentou problemas. Em novembro de 2012, foi assinada ordem de serviço para o início das obras de substituição dos 19 quilômetros da adutora. A obra tinha conclusão prevista para novembro de 2013, mas por causa da complexidade da troca da tubulação ainda não foi concluída e novos prazos foram sendo estipulados e a nova previsão é junho deste ano. Um dos trechos mais difíceis foi concluído em abril: a travessia da tubulação pela Ponte do Estreito dos Mosquitos, que liga a Ilha de São Luís ao continente. Somente este trecho tem um uma ponte de 110 metros de comprimento, 5 metros de largura e 16 metros de altura seu ponto mais alto. A estrutura é feita com 350 toneladas de ferro puro. Essa treliça é que liga os tubos da adutora com o continente. A nova base já está preparada para receber futuramente dutos de uma adutora paralela.

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