Em cinco anos, orçamento de obras da BR-135 quase dobrou
Suplementação do valor da obra poderá, de acordo com o Ministério dos Transportes, fazer com que os serviços custem até meio bilhão de reais; o valor inicialmente previsto para os serviços era de R$ 213 milhões
Thiago Bastos
Da equipe de O Estado
SÃO LUÍS - Levantamento feito por O Estado constatou que em cinco anos - de 2012 a 2017 - o orçamento dos serviços da primeira etapa de duplicação de 27,3 km da BR-135, entre Estiva e Bacabeira, cuja conclusão está prevista para dezembro deste ano, praticamente dobrou. Enquanto que em 2012, o valor inicialmente previsto para os serviços era de R$ 213 milhões - conforme divulgado à época - atualmente, segundo a Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), as obras estão avaliadas em aproximadamente R$ 420 milhões.
Apesar do valor declarado, de acordo com o site do Ministério dos Transportes, com aditivos e reajustamentos, a obra pode se torna ainda mais cara e chegar a R$504.570.000,00. Esse montante, em comparação com o previsto para ser investido na segunda etapa das obras de duplicação da rodovia, entre o povoado Outeiro e Miranda do Norte, é cinco vezes maior, já que a ampliação do trecho citado deve custar R$105 milhões.
Dentre os fatores apontados para os reajustamentos da primeira etapa da duplicação está a inclusão de itens considerados essenciais para a obra e que não estavam previstos no projeto original, como a colocação das colunas de brita – que terão como finalidade dar sustentação à nova pista de 18 quilômetros.
Outro fator apontado para o aumento no valor da obra é a chuva, que paralisa os trabalhos e obriga a revisão do cronograma. Segundo o DNIT, as obras seguem ainda em ritmo considerado lento devido ao aumento dos índices pluviométricos, especialmente no primeiro semestre deste ano. A previsão do órgão é que a obra avance a partir do próximo mês.
Até o ano passado, o recurso final declarado pelo Governo Federal da duplicação era de R$ 354.699.315,02. O valor, inclusive, consta em placa fixada no marco inicial da obra, na BR-135, situada a alguns metros da ponte do Estreito dos Mosquitos. Em seguida, a obra recebeu novo aditivo e está no valor atualmente declarado de R$ 420 milhões.
Serviços
A colocação das colunas de brita, que durou aproximadamente dois anos, foi a fase mais onerosa da duplicação. Para isso, foram necessárias 12 máquinas que eram operadas 24 horas por dia. De acordo com o DNIT, a tecnologia contida no maquinário responsável pela fixação das colunas de brita no trecho de 18 quilômetros da BR-135 foi considerada pioneira.
Além da fixação das colunas, outra parte importante da obra foi a retirada dos trilhos da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN). Segundo o DNIT, novos trilhos foram colocados ao lado do acostamento da pista ampliada da BR-135.
Nota
Em nota, a superintendência do DNIT no estado informou que, ao contrário do que foi divulgado em 2012, o preço inicial do contrato de duplicação da primeira etapa da BR-135 não é R$ 213 milhões, e sim, R$ 354.699.315,02.
Ainda segundo o órgão, "todos os aditivos e reajustes foram realizados conforme a lei, sendo que não houve qualquer abuso ou adoção de valores que ultrapassam os valores determinados pelos órgãos de controle".
Números
R$ 420 milhões é o atual valor da obra de duplicação da BR-135;
R$504.570.000,00 é o montante dos serviços, com aditivos e reajustamentos;
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